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Daniel Kahneman, vencedor do Nobel de Economia, morre aos 90 anos


Formado em psicologia, professor foi pioneiro em estudos sobre economia comportamental. Ex-presidente dos EUA, Barack Obama, entrega a Medalha Presidencial da Liberdade a Daniel Kahneman durante uma cerimônia na Casa Branca em novembro de 2013. Mandel NGAN/AFP Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel em Ciências Econômicas, morreu nesta quarta-feira (27), aos 90 anos. A morte do professor foi confirmada por sua parceira, Barbara Tversky, ao jornal norte-americano The New York Times. Ela não informou a causa nem o local. Formado em psicologia, Kahneman foi por muito tempo associado à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ele é considerado "pai" da economia comportamental por seus trabalhos no ramo — que lhe garantiram, inclusive, o Nobel em 2002, mesmo sem nunca ter cursado economia. Kahneman, que é nascido em Tel Aviv, em Israel, foi premiado por ter integrado fatores da pesquisa psicológica à ciência econômica, especialmente em relação à tomada de decisões em cenários de incerteza. Em síntese, o trabalho de Kahneman questionou o fato de a racionalidade ser condutora das tomadas de decisões. Ele tratou, entre outros pontos, da lógica por trás de comportamentos: seja nas decisões para economizar dinheiro ou até nas escolhas sobre vender ou não ações no mercado financeiro. A escola comportamental — base do trabalho de Kahneman — se sustenta, principalmente, em expor vieses mentais inatos que podem distorcer o julgamento, muitas vezes com resultados contraintuitivos, conforme destacou o jornal The New York Times. Trata-se de uma abordagem diferente da economia tradicional, que assume que os seres humanos geralmente agem de maneira totalmente racional. Kahneman, que também é autor do livro "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar", popularizou, portanto, um modelo de tomada de decisões em que situações de escassez levam a julgamentos apressados — e eventualmente a más decisões. O psicólogo Steven Pinker, professor da Universidade de Harvard, disse em 2014 ao jornal britânico The Guardian que a mensagem central de Kahneman "não poderia ser mais importante". "Ou seja, que a razão humana, deixada à sua própria sorte, está sujeita a se envolver em uma série de falácias e erros sistemáticos. Por isso, se queremos tomar melhores decisões nas nossas vidas pessoais e como sociedade, devemos estar conscientes destes preconceitos e procurar soluções alternativas. Essa é uma descoberta poderosa e importante.” Os trabalhos de Kahneman, feitos em grande parte na década de 1970, levaram a uma reavaliação de questões diversas como negligência médica e negociações políticas internacionais. As análises do Nobel de Economia foram feitas principalmente em colaboração com Amos Tversky, um psicólogo cognitivo da Universidade de Stanford que fez um trabalho inovador sobre julgamento humano e tomada de decisões. Nobel de Economia 2023 vai para Claudia Goldin

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Decisão da Aneel que congela tarifas de energia no Amapá gera insegurança, diz diretor da agência


Agência aguarda publicação de medida provisória pelo governo Lula para resolver problema do aumento na conta de luz no estado. Aneel decide que não haverá aumento na conta de luz dos consumidores do Amapá O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou nesta quinta-feira (28) que a decisão do colegiado da agência de congelar as tarifas de energia do Amapá gera insegurança jurídica para o setor. Na terça-feira (26), a diretoria da Aneel decidiu congelar as tarifas de energia do Amapá e esperar a publicação de uma medida provisória pelo governo federal para reduzir o reajuste previsto de 34%. "A decisão que foi tomada traz insegurança regulatória? Claro que fui vencido no julgamento, juntamente com a diretora Agnes [Costa]. Mas eu afirmo que sim, traz insegurança regulatória, traz insegurança insegurança jurídica. Ela não é a melhor decisão, na minha ótica. É claro, mais uma vez, a decisão foi tomada por maioria e faremos todos os esforços possíveis para fazer cumpri-la", declarou. Para o diretor-geral da Aneel, a publicação da medida provisória pelo governo pode solucionar a insegurança criada pela decisão da agência. "Após a decisão, fui procurado por diversos presidentes de empresa e diversos investidores preocupados com o encaminhamento dessa decisão, o que mais uma vez acredito e confio que a decisão legislativa irá corrigir essa assimetria regulatória", declarou. Sandoval de Araújo Feitosa Neto, diretor da Aneel, durante reunião em comissão do Senado Roque de Sá/Agência Senado Consulta pública No ano passado, a Aneel chegou a colocar em consulta pública uma proposta de reajuste médio de 44% na energia do Amapá -- aumento que levaria o estado ao topo da lista das maiores tarifas do país. Depois da consulta, o valor médio caiu. Agora, com a decisão da agência, o reajuste é de 0%. No entanto, a concessionária de energia do estado, a Equatorial, está arcando com custos que não estão mais sendo refletidos pelas tarifas. Segundo a empresa, as despesas somam R$ 104 milhões no período de mais de três meses em que o reajuste vinha sendo adiado, desde dezembro de 2023. Com a decisão da Aneel, as despesas vão ser reconhecidas no próximo reajuste, em dezembro de 2024. A agência conta com a publicação de uma medida provisória, que vem sendo anunciada pelo governo federal desde pelo menos novembro de 2023. O rascunho da medida foi concluído, mas ainda aguarda publicação no Diário Oficial da União. Segundo o texto ao qual o g1 teve acesso, o governo pretende usar recursos dos fundos regionais criados com a privatização da Eletrobras. Também deve antecipar depósitos da empresa na conta de subsídios, para reduzir o seu impacto nas tarifas. O efeito esperado é uma redução de 3,5% na conta de luz em 2024. "Eu acredito na palavra do ministro Alexandre Silveira [Minas e Energia], acredito na palavra do presidente da República, que a situação do Amapá terá que ser resolvida por meio de uma medida legislativa", afirmou Feitosa.

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Juros, surpresa com EUA e intervenções: o que explica a saída de dinheiro estrangeiro da bolsa brasileira


Investidores internacionais tiraram mais de R$ 20 bilhões de ações listadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Bolsa perde mais de R$ 22 bilhões de capital em 2024 Os investidores estrangeiros tiraram mais de R$ 20 bilhões da bolsa brasileira neste primeiro trimestre, mostram os dados da B3. Trata-se de uma virada de humor dos estrangeiros com o país, logo depois de uma série de fechamentos em pontuação recorde no ano passado. Analistas ouvidos pelo g1 atribuem a situação majoritariamente a fatores externos, mas com um bom “tempero” de problemas nacionais. São três questões principais: Sempre depois de um momento de alta, vêm os períodos de realizações de lucro de investidores e ajuste de posições; Houve uma reavaliação da situação econômica e do patamar de juros nos Estados Unidos, que deslocou recursos para lá; O quadro fiscal brasileiro e as intervenções do governo federal em empresas de peso no índice de ações trouxeram prejuízo extra ao país. Para entender, é preciso voltar um pouco no tempo. No fim do ano, a economia global sinalizava para um momento de arrefecimento da inflação e possibilidade de corte de juros mais cedo em economias desenvolvidas. Nos EUA, havia expectativa de que o Federal Reserve (Fed) começasse a reduzir os juros americanos em março. A mensagem para investidores era a de que as Treasuries americanas, títulos de renda fixa mais seguros do mundo, logo passariam a pagar menos. Na Europa, a inflação dava sinais de alívio, e o Banco Central Europeu (BCE) passou também a considerar o início dos cortes de juros. No mercado financeiro, tudo se antecipa. E ambos os fatos beneficiam as bolsas porque, com juros menores, é preciso tomar mais risco para que os investidores garantam uma boa rentabilidade. Assim, países emergentes voltam a ser considerados, pois suas empresas mais rentáveis podem garantir um bom dinheiro. E o alívio do cenário externo somou-se a bons indicadores brasileiros. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro veio acima do esperado, a inflação de serviços mostrava desaceleração e o país já estava em meio a um ciclo de corte da taxa básica de juros desde agosto. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, passou por uma arrancada no fim de 2023. De volta aos dados de investimentos estrangeiros, entraram quase R$ 40 bilhões nos últimos dois meses do ano. Só no mês de dezembro, o Ibovespa acumulou ganhos de mais de 5% e bateu sucessivos recordes de pontuação. Terminou o ano com ganho de mais de 22%. Na virada para 2024, quase todos esses fatores mudaram. Bolsa de valores de SP nesta segunda-feira (2). BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A hora da virada O caldo começou a entornar por obra do Fed, o banco central americano. Ao publicar a decisão de dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) informou que indicadores recentes sugeriam que a atividade econômica do país “desacelerou em relação ao ritmo forte registrado no terceiro trimestre”. Em outro trecho, o colegiado reafirmou que a inflação americana seguia elevada, mas reconheceu que os preços haviam diminuído no último ano, além de ganhos “moderados” no emprego. O mercado financeiro entendeu que a hora de baixar juros estava próxima. Em janeiro, o tom foi bem mais cauteloso. O Fed disse que não considerava apropriado reduzir o intervalo de juros até que se tenha “maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%”, a meta do país. Além da inflação resistente acima dos 3% na janela de 12 meses, o PIB americano trouxe surpresas neste primeiro trimestre. Em dados desta quinta-feira (28), o indicador registrou alta anualizada de 3,4% no quarto trimestre de 2023, acima do que se esperava no início do ano passado. O mercado de trabalho dos EUA segue forte. O desemprego chegou a subir para 3,9% em fevereiro, mas ainda está baixíssimo e com demonstrativo de alta de salários, o que gera mais pressão na inflação. Segundo Luís Stuhlberger, presidente da Verde Asset, parte do motivo para a economia dos Estados Unidos estar forte mesmo com o patamar elevado de juros é o forte aumento de gastos visto durante a pandemia. "A política monetária e fiscal dos Estados Unidos na Covid, a distribuição de dinheiro, não tem paralelo na história", afirmou o executivo durante evento promovido recentemente pela Hedge Investiments. "Sabia-se que já existia uma boa vcina em outubro e [os EUA] continuaram distribuindo dinheiro e com uma política extremamente agressiva por mais um ano, para só depois acordarem que tinham ido longe demais", completou. Ou seja: com atividade econômica forte e salários em alta, há dúvidas na cabeça do Fed se é possível baixar os juros sem botar em risco a inflação. Com isso, o mercado financeiro, que estimava uma queda dos juros no país em março, passou a apostar em maio e, hoje, já tem dúvidas sobre junho. Para Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, a atualização desse conjunto de informações torna natural que os EUA tenham destaque. Com juros altos em aplicações seguras ao mesmo tempo em que a economia mostra sinais fortes, há uma preferência de alocação de recursos por lá. “Houve ganho até em termos do fluxo de investimento em bolsa, por hospedarem ali as principais empresas de tecnologia, que se beneficiam da Inteligência Artificial e que parecem ser o grande tema de investimentos do momento”, afirma. O ‘tempero’ de interferência Dado o contexto, é preciso voltar ao Brasil. Com um competidor desse tamanho, faz sentido que a bolsa brasileira saia perdendo. Além do fluxo de dólares estar naturalmente direcionado para fora, houve ganho relevante no final de 2023, que seria embolsado no começo de 2024. Entram em cena, então, as questões internas. Os debates sobre o cenário fiscal, por exemplo, continuam na mira dos investidores, que seguem atentos aos sinais do governo para saber quais os possíveis resultados do primeiro ano do arcabouço fiscal. Segundo Stuhlberger, houve uma piora do fiscal nos últimos anos, com um aumento dos gastos públicos e uma perda de arrecadação por parte do governo — de acordo com o executivo, caso o Teto de Gastos ainda existisse, o país estaria R$ 300 bilhões acima do limite. "Mas, dito isso, a arrecadação está melhor, o PIB do ano passado surpreendeu para cima [...] e o PIB deste ano também vai surpreender para cima", afirmou Stuhlberger em evento. Além disso, a bolsa brasileira é bastante ligada a empresas produtoras de commodities, em momento que economias desenvolvidas calibram os juros para desacelerar a atividade com o mínimo de danos e a China passa por uma reavaliação completa de sua matriz econômica. Já seriam tempos desafiadores, até que entraram no jogo as intervenções do governo federal em duas empresas determinantes para o bom desempenho do Ibovespa: a Vale e a Petrobras. As duas companhias têm grande participação na carteira do Ibovespa. A Vale já sofria com uma queda dos preços de minérios no mercado internacional, que reduziriam sua lucratividade. Até que uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de emplacar aliados na sucessão da empresa fez a situação piorar. Segundo o blog da Ana Flor, Lula vinha se movimentando para levar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega ao comando da empresa. O gesto não foi bem recebido pelo mercado. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a dizer em entrevista que Lula “nunca se disporia a fazer interferência direta” em uma empresa de capital aberto. Mas um conselheiro de administração da Vale, José Luciano Duarte Penido, renunciou ao cargo em março justamente por “discordar” do processo de sucessão do atual presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo. Em carta endereçada ao presidente do Conselho de Administração, Daniel Stieler, Penido fala que o processo tem sido manipulado e que sofria “evidente e nefasta” influência política. Em meio aos imbróglios e especulações, a Vale perdeu quase 18% de seu valor de mercado em 2024. Na Petrobras, o caso foi ainda mais direto. A empresa registrou seu segundo maior lucro histórico no ano passado, de R$ 124,6 bilhões. Na divulgação de seu balanço, em março, o mercado soube que a petroleira havia decidido pagar apenas o mínimo dos dividendos aos acionistas, sem os chamados “dividendos extraordinários”. Em vez de ser distribuído, o lucro remanescente do exercício, que totalizava R$ 43,4 bilhões, foi integralmente destinado para a reserva de remuneração de capital, que, segundo a empresa, tem a finalidade assegurar recursos para remuneração de acionistas e recompras de ações. Segurar o dinheiro em caixa foi um pedido do governo, que deseja que a empresa acelere investimentos em vez de ser uma pagadora de dividendos. Quem tem os papéis da empresa, claro, não gostou. Petrobras: qual foi a surpresa do mercado para uma queda de 10% nas ações em um dia Em um dia, a Petrobras teve queda de 10% na bolsa, perdendo R$ 55 bilhões em valor de mercado. Como a empresa havia colhido uma valorização expressiva em 2023 e no início de 2024, o ganho das ações preferenciais neste ano está praticamente zerado. “Foram vetores que aceleraram, que reforçaram essa saída de fluxo estrangeiro. Foi a somatória de componentes mais gerais, de realocação de capital com a mudança de expectativas lá fora, e um componente específico daqui, com as interferências”, afirma Daniel Cunha, da BGC Liquidez. Cunha diz ainda que é cedo para falar em uma saída estrutural de dinheiro do país. Afinal, a tendência é que, uma hora ou outra, o Fed passe a cortar os juros americanos, trazendo de volta a atenção de investidores para emergentes. E a avaliação passa também pelo patamar de juros brasileiros. Na última Ata do Copom, o BC informou nesta terça-feira (26) que diante das “incertezas do cenário” sobre a inflação nos próximos meses, julgou apropriado ter “maior flexibilidade” na política de juros e, por isso, evitou projetar um corte da taxa Selic em junho deste ano. A prévia da inflação de março, divulgada nesta semana pelo IBGE, mostra que a situação brasileira ainda não está pacificada. Na ocasião, a economista para Brasil do BNP Paribas, Laiz Carvalho, comentou que os serviços subjacentes — indicador que todo o mercado está de olho por conta de seu peso para a decisão do BC —, vieram com número um pouco mais alto que as expectativas (de 0,36% para 0,40%), apesar da desaceleração em relação a meses anteriores. “Lentamente, mas está desacelerando. Isso corrobora nossa tese de que os serviços subjacentes devem voltar a um comportamento sazonal já no IPCA fechado de março e no IPCA-15 de abril”, afirmou. Sem juros em queda, o Ibovespa ainda pode ter mais a perder. Só com mais precisão de qual será a Selic no fim do ciclo de corte de juros é que se pode projetar o apetite do investidor para voltar à bolsa de valores ainda em 2024. *Colaborou Isabela Bolzani

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Em leilão disputado, governo garante R$ 18,2 bilhões em investimentos em transmissão de energia

Leilão desta quinta (28) é o segundo com mais investimentos contratados da história. Valores são remunerados por receita fixada e têm reflexos na conta de luz. O governo federal garantiu R$ 18,2 bilhões em investimentos na construção de linhas de transmissão de energia, em leilão realizado nesta quinta-feira (28) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em São Paulo. Todos os lotes foram arrematados, em um certame disputado por mais de 20 empresas e consórcios. A Eletrobras saiu como a principal vencedora do leilão, e garantiu quatro dos 15 lotes. Veja as vencedoras: Lote 1 (obras no Ceará e Piauí) - Eletrobras Lote 2 (Piauí) - Grupo EDP Lote 3 (Ceará) - Eletrobras Lote 4 (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) - FIP Warehouse Lote 5 (Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia) - Eletrobras Lote 6 (Bahia e Minas Gerais) - FIP Warehouse Lote 7 (Bahia, Tocantins e Piauí) - Grupo EDP Lote 8 (Rio de Janeiro) - Brasiluz Lote 9 (Santa Catarina) - Eletrobras Lote 10 (São Paulo) - Cox Brasil Lote 11 (Mato Grosso do Sul) - Consórcio Paraná IV Lote 12 (Maranhão e Piauí) - Energisa Lote 13 (Piauí, Maranhão e Tocantins) - Grupo EDP Lote 14 (Bahia) - FIP Warehouse Lote 15 (Minas Gerais) - Consórcio Olympus XVII Em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que os leilões de transmissão "demonstram a confiança no Brasil". "Players nacionais e internacionais que participaram ativamente promovendo mais de 40% em média de desconto nesses leilões. Serão mais de 350 mil empregos diretos", declarou. O leilão prevê a construção de 6.464 quilômetros de novas linhas, com a estimativa de criação de 34,9 mil empregos, segundo a Aneel. O leilão é feito por deságio. Ou seja, arremata o lote a empresa que oferecer a menor Receita Anual Permitida (RAP) – valor fixado para remunerar os investimentos feitos. Segundo a diretora da Aneel, Agnes Costa, o deságio médio foi de 40,8% – ou seja, as receitas das empresas serão menores que o valor máximo estabelecido pela agência. A diretora afirma que isso representa uma economia de cerca de R$ 60 bilhões para os consumidores ao longo de 30 anos, período de concessão das infraestruturas. Entenda o certame O sistema elétrico é organizado em geração, transmissão e distribuição. As usinas geradoras de energia se conectam à rede de transmissão, que corta o país e é operada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Por meio de leilões, o governo contrata a construção e manutenção das linhas de transmissão por meio de leilões. As usinas conectadas ao sistema usam essas linhas para fornecer energia. Com o sucesso do certame, o leilão de transmissão desta quinta-feira (28) é o segundo com mais investimentos contratados da história. O topo do ranking é ocupado pelo certame realizado em dezembro do ano passado, que movimentou R$ 19,7 bilhões. O recorde anterior havia sido estabelecido ainda em 2023, com o primeiro certame do ano, que contratou R$ 15,7 bilhões. Energia renovável Os investimentos bilionários em redes de transmissão estão associados à expansão das usinas de energia renovável no Brasil, principalmente solar e eólica no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Leia mais: Oferta de energia cresce mais que consumo, e Brasil 'joga fora' excesso; entenda Governo quer prorrogar desconto em tarifas para usinas de energia renovável; entenda Conta de luz cresce acima da inflação e pesa no bolso do consumidor; entenda de onde vem o aumento Para escoar a produção até os consumidores, concentrados na região Sudeste, o governo contrata a construção dessa infraestrutura. Os investimentos são remunerados pela Receita Anual Permitida (RAP) das transmissoras, fixada pela Aneel e com reflexos na conta de luz. Em entrevista a jornalistas, nesta quinta-feira (28), o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que os investimentos em transmissão são a parcela de custo que mais cresce na conta de luz. "De 2023 até o ciclo de 2024, que se encerram as grandes interligações para escoamento de energias renováveis, nós teremos investimentos da ordem de R$ 60 bilhões, que serão integralmente revertidos em tarifa", declarou.

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Rei das criptomoedas é condenado a 25 anos de prisão por fraude nos EUA


Sam Bankman-Fried é fundador da FTX, corretora de criptomoedas que chegou a valer cerca de US$ 32 bilhões e foi uma das maiores do mundo antes de falir, em 2022. Sam Bankman-Fried ao deixar o fórum em Nova York na terça-feira (26) Mary Altaffer/AP O empresário Sam Bankman-Fried foi condenado a 25 anos de prisão por se apropriar de US$ 8 bilhões (R$ 40 bilhões) de clientes da FTX —corretora de criptomoedas que chegou a valer cerca de US$ 32 bilhões e foi uma das maiores do mundo antes de falir, no final do ano passado. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira (28) no tribunal federal de Manhattan, em Nova York. A condenação já havia sido decidida em novembro —na ocasião, sem a definição da pena. "Ele sabia que estava errado", disse o juiz Lewis Kaplan antes de anunciar a sentença. "Ele sabia que era um criminoso (...) Mas ele não vai admitir nada, como é o seu direito." Bankman-Fried irá apelar da condenação e da sentença. Os promotores haviam pedido entre 40 e 50 anos de prisão para os crimes do empresário. Essa foi uma das maiores fraudes financeiras já registradas. O veredito veio pouco mais de um ano após a FTX ter feito um pedido de recuperação judicial, em um rápido colapso corporativo que chocou os mercados financeiros e fez derreter sua fortuna pessoal estimada em US$ 26 bilhões (R$ 130 bilhões). A sentença marcou a queda de Bankman-Fried de "rei das criptomoedas" e importante doador político para alvo de uma megaoperação das autoridades americanas numa investigação de fraude nos mercados de criptomoedas. . LEIA TAMBÉM De US$ 32 bilhões a zero: o que aconteceu com a gigante das criptomoedas FTX O ex-bilionário foi extraditado das Bahamas em dezembro de 2022, quando foi preso e solto logo em seguida, sob o pagamento de fiança. Ele voltou a ser preso em agosto de 2023, sob acusações de tentativa de manipulação de testemunhas do caso. O que aconteceu com a FTX? Os problemas da FTX começaram quando a mídia começou a noticiar que, para salvar a Alameda Research, um fundo de investimento também criado por Bankman-Fried, o executivo emprestou dinheiro da própria FTX para a empresa. As informações são de que ele utilizou os recursos dos clientes que estavam depositados na corretora para financiar a operação da Alameda, o que é ilegal — já que, embora sejam do mesmo dono, os negócios das empresas devem ocorrer de forma separada. A notícia veio à tona no começo de novembro de 2022, junto a um balanço patrimonial da Alameda. O documento revelava que cerca de US$ 14,6 bilhões eram mantidos em FTT (o token da FTX, uma espécie de moeda oficial da plataforma). Com isso, os clientes da corretora, começaram uma corrida para sacar seus depósitos, com medo de perderem seus recursos. Por não ter dólares suficientes para arcar com todos os saques, a FTX quebrou e entrou com um pedido de recuperação judicial na justiça americana em 11 de novembro de 2022. A companhia faliu e levou Bankman-Fried a perder tudo.

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Carga tributária recuou para 32,4% do PIB em 2023, estima Tesouro


Queda da carga tributária foi de 0,64 ponto percentual do PIB no ano passado, de acordo com estimativa do Tesouro Nacional. Crescimento da economia em 2023 ajudou no recuo do indicador. A carga tributária – ou seja, a proporção entre os impostos pagos e a riqueza total do país – somou 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional. No último ano, a arrecadação da União, dos estados e dos municípios somou R$ 3,52 trilhões, enquanto o PIB em valores correntes totalizou R$ 10,85 trilhões. Segundo o Tesouro, a carga tributária teve uma queda de 0,64 ponto percentual do PIB em relação ao valor registrado em 2022 – que foi de de 33,07% do PIB. O indicador atingiu, no ano passado, o menor nível desde 2020, quando somou 31,08% do PIB, segundo cálculos do Tesouro Nacional. A queda da carga tributária foi favorecida pelo crescimento da economia, que avançou 2,9% em 2023. O valor da carga tributária engloba tributos pagos ao governo federal, estados e municípios. A divisão é a seguinte: a carga tributária somente da União somou 21,99% do PIB no ano passado, contra 22,41% do PIB em 2022; no caso dos estados, a carga tributária estimada pelo Tesouro Nacional somou 8,12% do PIB em 2023, em comparação com 8,48% do PIB no ano anterior; os municípios, por sua vez, tiveram sua carga estimada em 2,32% do PIB em 2023, contra 2,18% do PIB no ano anterior. Comparação internacional Os números do Tesouro Nacional mostram que a carga tributária brasileira, no ano passado, se aproximou dos valores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por nações mais desenvolvidas, e ficou bem acima da média da América Latina. Comparação internacional da carga tributária Reprodução de estudo do Tesouro Nacional Estrutura da carga tributária Os dados mostram que a carga tributária brasileira se concentrou, principalmente, em impostos sobre bens e serviços (consumo) no último ano, seguido pela taxação da renda. Estrutura da carga tributária brasileira Reprodução de estudo do Tesouro Nacional Determinação da CGU De acordo com o Tesouro Nacional, a estimativa é feita por conta de uma determinação da Controladoria Geral da União (CGU), e segue o padrão do Manual de Estatísticas de Finanças Públicas de 2014 do Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição explicou que a CGU precisa dos dados para utilizar na prestação das contas do presidente da República que será analisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Congresso Nacional. O Tesouro Nacional lembra, porém, que a Secretaria da Receita Federal do Brasil é a área responsável pela publicação do dado oficial da carga tributária no Brasil. Esse documento geralmente divulgado somente no segundo semestre deste ano. "Inflação estável e crescimento revisto pra cima" diz Míriam Leitão sobre relatório do Banco Central

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Dólar fecha em alta e volta a superar os R$ 5, após dados econômicos dos EUA e do Brasil; Ibovespa sobe


A moeda norte-americana avançou 0,74%, cotada a R$ 5,0153. Já o principal índice acionário da B3 encerrou com um ganho de 0,33%, aos 128.106 pontos. Cédulas de dólar Pexels O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (28) e voltou a superar os R$ 5, conforme investidores repercutiam a divulgação de dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o foco fica com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central também ficava no radar. (veja mais abaixo) Já nos Estados Unidos, o país revisou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre do ano passado, de 3,2% para 3,4%. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, a B3, encerrou em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Dólar Ao final da sessão, o dólar avançou 0,74%, cotado a R$ 5,0153. Na máxima, chegou a R$ 5,0178. Veja mais cotações. Vale lembrar que a sessão dest quinta-feira também foi marcada pela formação da taxa Ptax de fim de mês. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar. Com o resultado, acumulou altas de: 0,34% na semana; 0,86% no mês; 3,35% no ano. No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,07%, cotada a R$ 4,9787. Ibovespa Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,33%, aos 128.106 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 0,85% na semana; queda de 0,71% no mês; recuo de 4,53% no ano. Na véspera, o índice teve alta de 0,65%, aos 127.691 pontos. Entenda o que faz o dólar subir ou descer DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? O que está mexendo com os mercados? Em uma a agenda cheia antes do feriado, investidores passaram o dia repercutindo uma série de indicadores nacionais e internacionais. Por aqui, o Banco Central elevou de 1,7% para 1,9% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação consta do relatório de inflação do primeiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (28). "A revisão moderada reflete, principalmente, dinamismo levemente maior que o esperado da economia no início do ano, como sugerem os indicadores disponíveis", informou o BC. O BC também manteve a sua estimativa para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 3,5% para 2024. A meta de inflação deste ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Segundo a instituição, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta de inflação deste ano, que é de 4,5%, é de 19%. Além disso, o mercado também repercutiu os novos dados de emprego no país. A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, uma alta de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Ontem, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o país criou 306,1 mil empregos formais em fevereiro deste ano. O número representa uma melhora em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando foram gerados 252,5 mil empregos com carteira assinada (valor ajustado), um aumento de 21,2%. Já no exterior, as atenções continuaram voltadas para os dados de inflação dos EUA, que saem no final desta semana. A expectativa é de alta de 0,3% em fevereiro do índice PCE sobre o mês anterior e de 2,8% na base anual. Analistas entendem que qualquer número mais alto será considerado como um revés para as apostas de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em junho. Na véspera, por exemplo, o diretor do Fed Christopher Waller afirmou que dados recentes decepcionantes sobre a inflação confirmam que o BC dos EUA deve adiar o corte de juros de curto prazo. Já entre os indicadores do dia, a expansão do PIB do quarto trimestre do ano passado foi revisada para uma taxa anualizada de 3,4%, ante os 3,2% relatados antes. Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 210.000 na semana encerrada em 23 de março. Dados de confiança do consumidor nos EUA também ficam sob os holofotes. *Com informações da Reuters

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Desemprego sobe a 7,8% no trimestre terminado em fevereiro, diz IBGE


Taxa cresceu 0,3 ponto percentual em relação ao período anterior. Desemprego atinge 8,5 milhões de pessoas. O número veio dentro das projeções do mercado financeiro. Desemprego sobe a 7,8% no trimestre terminado em fevereiro, diz IBGE A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve alta de 0,3 ponto percentual na desocupação, que era de 7,5%. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 8,6%. O número veio dentro das projeções do mercado financeiro para o trimestre. Com os resultados, o número absoluto de desocupados cresceu 4,1% contra o trimestre anterior, atingindo 8,5 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 7,5%. Entre dezembro e fevereiro, houve estabilidade na população ocupada em 100,2 milhões de pessoas. No ano, o aumento foi de 2,2%, com mais 2,1 milhões de pessoas ocupadas. Com a ocupação estável, o IBGE destaca que a alta na taxa de desocupação se deveu especificamente ao aumento da procura por trabalho. "Em início de ano, há um processo de dispensas de temporários e de redução de velocidade da atividade econômica. Isso dificulta a reabsorção dos trabalhadores no mercado de trabalho. Mas comparando com o panoramoa de um ano atrás, o cenário ainda é de expansão", afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57,1%, um recuo de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a alta é de 0,7 p.p. Já o número de pessoas dentro da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados), ficou estável no trimestre, estimado em 108,8 milhões. A população fora da força totalizou 66,8 milhões, crescimento de 0,4%. Veja os destaques da pesquisa Taxa de desocupação: 7,8% População desocupada: 8,5 milhões de pessoas População ocupada: 100,25 milhões População fora da força de trabalho: 66,8 milhões População desalentada: 3,7 milhões Empregados com carteira assinada: 37,99 milhões Empregados sem carteira assinada: 13,3 milhões Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões Trabalhadores informais: 38,8 milhões Taxa de informalidade: 38,7% Flourish - visualisation/13577753?1142165 Carteira assinada bate recorde Na série comparável, houve recorde de trabalhadores com carteira de trabalho assinada, com 37,99 milhões. Segundo o IBGE, a formação de vagas formais foi justamente o que impediu um aumento mais relevante do desemprego no país. Na quarta-feira (27), o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o país gerou criou 306,11 mil empregos formais em fevereiro deste ano, uma alta de 21,2% frente ao mesmo mês de 2023. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não incluem os informais e são coletados das empresas quee abarcam o setor privado. Os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia. Assim, os resultados não são comparáveis, mas nesse caso apontam para direções parecidas ao apontar expansão das vagas formais. O número de empregados sem carteira não teve variação significativa no trimestre, na casa dos 13,3 milhões. Por outro lado, o contingente de informais caiu de 39,4 milhões para 38,8 milhões. Quem também contribui para o resultado pior de desemprego é o aumento do número de pessoas desalentadas, chegou a 3,7 milhões de pessoas. Trata-se de uma alta de 8,7% contra o trimestre anterior, primeira alta desse contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2021. Rendimento em alta O rendimento real habitual teve alta frente ao trimestre anterior, de 1,1%, e passou a R$ 3.110. No ano, o crescimento foi de 4,3%. Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 307,3 bilhões, mais um recorde da série histórica do IBGE. O resultado teve variação inexpressiva frente ao trimestre anterior, e cresceu 6,7% na comparação anual. "O crescimento do rendimento tem a ver com um processo de expansão, e se deve não apenas ao crescimento da população ocupada em si, mas a um crescimento via trabalho formal. Até mesmo onde o rendimento está caindo, o ramo em questão é de trabalhadores de contratos temporários e menor renda", diz Beringuy, do IBGE. Carteira de Trabalho. Reprodução/Internet

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Banco Central sobe para 1,9% previsão de crescimento do PIB em 2024

Informação consta no relatório de inflação primeiro trimestre deste ano, divulgado pela instituição. BC estima que inflação somará 3,5% neste ano, acima da meta central, mas dentro do intervalo de tolerância. O Banco Central elevou de 1,7% para 1,9% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação consta do relatório de inflação do primeiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (28). O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. "A revisão moderada reflete, principalmente, dinamismo levemente maior que o esperado da economia no início do ano, como sugerem os indicadores disponíveis", informou o Banco Central. Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Nem sempre, entretanto, a alta do PIB equivale a bem-estar social. O aumento na projeção ocorre após o anúncio de que a economia brasileira cresceu 2,9% no ano passado. O resultado ficou acima do esperado pelo mercado financeiro. Com isso, o resultado para o PIB de 2024 estimado pelo BC também representará, se confirmado, uma desaceleração em relação ao patamar do ano passado. Com o aumento, a projeção do BC para o crescimento da economia brasileira neste ano passou a ficar um pouco acima da expectativa do mercado – que viu, na semana passada, uma alta de 1,85% para o PIB em 2024. Já o Ministério da Fazenda estimou, na semana passada, que o Produto Interno Bruto terá um crescimento de 2,2% neste ano. "Inflação estável e crescimento revisto pra cima" diz Míriam Leitão sobre relatório do Banco Central Inflação O Banco Central também manteve a sua estimativa para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 3,5% para 2024. A meta de inflação deste ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Segundo a instituição, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta de inflação deste ano, que é de 4,5%, é de 19%. Já para o ano de 2025, a estimativa de inflação do Banco Central subiu permaneceu em 3,2%. Para aquele ano, a meta de inflação é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%. E, para 2026, o governo estimou que o IPCA, a inflação oficial, ficou estável também em 3,2%. Para esse ano, a meta de inflação é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%. Para definir a taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano, e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2025. Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

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