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Haddad diz que não teme que atritos com o Congresso prejudiquem aprovação de propostas

No fim de semana, ministro da Fazenda afirmou que Congresso também tem que responder pela responsabilidade fiscal. Senador Rodrigo Pacheco respondeu que parlamentares não são obrigados a aderir ao governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (29) que "tem dado muito resultado o diálogo do governo com o Congresso". Ele também disse que não teme que atritos com o Congresso prejudiquem aprovações de propostas do governo. Correção: na primeira versão, esta reportagem relatava que Haddad havia dito que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, seguia "sendo um aliado". Na verdade, Haddad não disse essa frase. Ele foi questionado por um jornalista se Pacheco "segue sendo um aliado", mas entrou no carro antes de responder. A informação foi corrigida às 21h08. Haddad deu a declaração na portaria do ministério, questionado por jornalistas sobre os atritos recentes entre o governo e o Congresso. No fim da semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma medida aprovada pelo Congresso: a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam na economia. O governo alega que o Congresso deveria ter apontado uma fonte de compensação para a renúncia de receitas gerada pela desoneração. Rodrigo Pacheco não gostou da medida. A desoneração até 2027 foi aprovada por Câmara e Senado no fim de 2023. Depois o presidente Lula vetou a medida, e o Congresso derrubou o veto. Agora o governo busca a via judicial, o que, para o presidente do Senado, foi visto como uma "judicialização da política". No fim de semana, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Haddad fez uma crítica ao Congresso e disse que senadores e deputados também têm que ter responsabilidade fiscal. Pacheco não gostou e respondeu que parlamentares não são obrigados a aderir totalmente ao que pensa o Executivo. Ao minimizar o peso de sua fala, Haddad enfatizou que o governo vem tendo um bom diálogo com o Congresso. E disse que não teme que haja obstáculos para os projetos do governo. "Não temo porque tem dado muito resultado nosso diálogo com o Congresso e com o Judiciário", afirmou o ministro. Haddad: Reforma Tributária substitui sistema cumulativo, opaco e injusto que penaliza os mais pobres Haddad segue buscando formas de aumentar as receitas do governo e diminuir o rombo fiscal. Esse objetivo depende intimamente do Congresso, que é quem aprova medidas do governo e também quem pode aprovar as chamadas "pautas-bomba", ou seja, projetos que aumentam gastos públicos. "O que eu estava dizendo na entrevista é que, como o Congresso ganhou prerrogativas, era importante que as mesmas práticas de respeito à lei fiscal deveriam ser de todos: Executivo, Legislativo e Judiciário, que é o pacto que eu venho falando desde o começo do ano. Vamos fazer um pacto para a gente acertar as contas e continuar evoluindo", continuou Haddad.

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Justiça aceita pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia


Decisão foi proferida pelo juiz Jomar Amorim, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo. Casas Bahia Divulgação/Casas Bahia A Justiça de São Paulo aceitou nesta segunda-feira (29) o pedido de recuperação extrajudicial do Grupo Casas Bahia. O objetivo da empresa com o processo é reestruturar suas dívidas, estimadas em R$ 4,1 bilhões. A decisão foi proferida pelo juiz Jomar Amorim, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJ-SP. "A documentação apresentada pelo requerente [Casas Bahia] evidencia (...) a concordância dos credores que representam mais de metade dos créditos abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial", escreveu o juiz. Com a decisão, todas as execuções contra a empresa movidas por credores sujeitos ao plano de recuperação ficarão suspensas pelo prazo de 180 dias. "A requerente deverá comprovar, no prazo do edital, o envio de carta aos credores sujeitos ao plano. A minuta deverá conter a relação de todos os credores sujeitos ao plano e o meio de acesso ao conteúdo do plano", continuou o magistrado. As ações da Casas Bahia dispararam quase 35% nesta segunda-feira após a companhia protocolar o pedido, no domingo. Os papéis da companhia encerraram a sessão do dia com uma alta de 34,19%, cotados em R$ 7,30. A medida foi avaliada como positiva pelos analistas de mercado. "Enxergamos o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais", afirmou a XP Investimentos em relatório. Com o pedido, a empresa pretende reorganizar o perfil de parte de seus débitos financeiros, que têm como principais credores o Bradesco e Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. O anúncio veio mais de oito meses após a empresa anunciar o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários. A principal mudança foi uma renegociação de taxas e um alongamento de títulos de dívidas da empresa (debêntures) e de promessas de pagamento em favor das instituições financeiras (as Cédulas de Crédito Bancário ou CCBs). (saiba mais abaixo) O que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos do Grupo Casas Bahia O processo é diferente de uma recuperação judicial, em que a companhia em crise financeira recorre à Justiça para entrar em um acordo com todos os seus credores. Na recuperação extrajudicial, a renegociação é feita diretamente com os principais credores para, depois, ser homologada pelo judiciário. "A recuperação extrajudicial é um instrumento em que a empresa começa a ter dificuldades em relação a um número restrito de credores, com o pagamento de só algumas dívidas. E aí, ela usa a recuperação extrajudicial, geralmente, quando há uma concentração no valor dessa dívida", destaca Nelson Bandeira, advogado especialista em finanças corporativas da Magma. No caso da Casas Bahia, as dívidas a serem renegociadas são apenas financeiras e, segundo a companhia, não devem impactar clientes, fornecedores, vendedores e colaboradores. Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa mudou de nome de novo? Veja nesta reportagem: O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia Próximos passos Plano de Transformação da Casas Bahia O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial A recuperação extrajudicial é um mecanismo legal que permite à empresa em crise financeira renegociar uma parte específica de suas dívidas, em um primeiro momento, apenas com seus credores mais estratégicos, explica Bandeira, da Magma. No caso da Casas Bahia, a companhia optou por renegociar títulos de dívidas financeiras que tinha com o Bradesco e o Banco do Brasil. Bandeira explica que a empresa que pede recuperação extrajudicial pode negociar em sigilo com esses credores mais estratégicos, até chegar a uma condição que seja benéfica para ambas as partes, e só depois tornar o processo conhecido. Isso porque, para o andamento de um processo desse tipo, o principal requisito é que os credores donos de, pelo menos, 51% dos créditos devidos pela empresa aceitem a proposta. Na recuperação judicial, para um plano ser aprovado, também é necessário que mais da metade de todos os credores, independentemente do valor dos créditos, aceitem. Por fim, para pedir a recuperação extrajudicial, a empresa: precisa estar em crise financeira comprovada; não ter nenhum sócio, controlador ou administrado condenado por práticas corporativas ilegais; não pode ter falido anteriormente, nem ter passado por recuperação judicial por, pelo menos, cinco anos. Número de empresas em recuperação judicial sobe no país O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia O Grupo Casas Bahia anunciou, na noite deste domingo, que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para o reperfilamento de dívidas financeiras, estimadas em R$ 4,1 bilhões. Os principais aspectos do plano são um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos), e uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano. Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal. Antes a dívida da empresa deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações. Próximos passos Depois que a companhia chega a um acordo de recuperação extrajudicial com seus principais credores, o próximo passo é homologar o documento na Justiça, para que as condições estabelecidas na renegociação sejam aplicadas para os demais credores de dívidas da mesma natureza. No caso da Casas Bahia, considerando que a companhia está pedindo a recuperação apenas para alguns títulos de debêntures e CCBs, esses credores são investidores. Nelson Bandeira, da Magma, ressalta que investidores pessoa física que tenham adquirido alguma debênture da empresa que esteja no plano de recuperação extrajudicial também serão impactados pelo que foi definido no acordo com os principais credores. No caso, houve mudança de taxas de juros prometidas e de prazo de pagamento. É possível que algum credor minoritário recorra na Justiça contra esse acordo, em um prazo de até 10 dias após a homologação. No entanto, o advogado afirma que, se o juiz entender que o plano está dentro das regras legais e beneficia a continuidade da atividade econômica da empresa, dificilmente terá uma posição contrária à continuidade da recuperação. Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, comenta que o mercado enxerga com bons olhos o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, porque mostra que a empresa está comprometida em reestruturar suas operações e manter uma maior sustentabilidade financeira. "(O processo de recuperação extrajudicial) é menos custoso do que uma recuperação judicial e também limita o escopo às dívidas financeiras, não impactando outros pontos que uma eventual recuperação judicial poderia afetar", diz Daltozo. "Um dos destaques aqui é o reperfilamento de dívidas que venciam esse ano e no próximo. Ele traz um alívio para o caixa nesses próximos meses e, principalmente, veio com o custo menor o custo que tinha antes", prossegue. Plano de Transformação da Casas Bahia O plano de recuperação extrajudicial vem em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários. Com essa transformação, a empresa calculava uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa — principalmente os itens de menor preço — para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia. Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade". Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital "melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores". "Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação", diz o comunicado da companhia. Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado". *Com reportagem de Bruna Miato

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Vaca avaliada em R$ 15,48 milhões se torna a segunda mais cara do Brasil após leilão em MG


A vaca Donna FIV CIAV alcançou valor total R$ 15,48 milhões durante leilão da ExpoZebu, em Uberaba. Ela só fica atrás da Viatina-19 FIV Mara Móveis avaliada em R$ 21 milhões. Vaca Donna FIV CIAV arrematada ExpoZebu 2024 Uberaba Philippe Wolfgang/ABCZ Confirmando a expectativa de ser a estrela da ExpoZebu 2024, a vaca Donna FIV CIAV se tornou a segunda mais cara do Brasil ao ter 33% leiloados por R$ 5,16 milhões. O arremate ocorreu no domingo (28) durante o leilão "Elo de Raça" da exposição realizada em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Com a venda de um terço do animal por mais de R$ 5 milhões, o valor total de avaliação da vaca chegou a marca de R$ 15,48 milhões. Veja abaixo como funciona a venda de "partes de animais" em leilões. Em 2023, o animal foi eleito a melhor matriz do ranking nacional. A Donna FIV CIAV já teve bezerras vendidas por mais de R$ 1 milhão. A vaca é de propriedade da Casa Branca Agropastoril e da Agropecuária Mata Velha que, agora, ganham a sociedade do criador Lucas Moura. Além de 33% da sociedade, o criador também terá direito sobre 3 clones. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Segunda mais cara Com o valor total avaliado em R$ 15,48 milhões, a Donna FIV CIAV se tornou a segunda vaca mais cara do país. Ela só fica atrás da Viatina-19 Mara Móveis, que é avaliada em R$ 21 milhões e entrou para Guinness World Records. Em 2022, a Viatina teve 50% da propriedade vendida por quase R$ 4 milhões durante leilão realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) (entenda mais abaixo). VEJA: Mãe de 227 filhos e 3ª maior produtora de leite do mundo: morre vaca 'xodó' da pecuária Atualmente, a vaca de 5 anos e foi avaliada em quase R$ 21 milhões, ou seja, quase três vezes mais do que o avaliado em 2022, após novo leilão que vendeu 33% do animal por cerca de R$ 7 milhões. Os atuais donos da Viatina são a Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Napemo e Nelore HRO. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Como funciona a venda de partes de uma vaca? No mercado da agropecuária, quando se fala em vender "um terço de uma vaca" ou "meia vaca", a compra está relacionada com o lucro da venda dos embriões que o animal irá produzir. O valor milionário em que a vaca é avaliada se refere ao desempenho nos julgamentos, pedigree de importância na raça, raridade da genética e características funcionais. LEIA TAMBÉM: 'Meia vaca' é comprada por quase R$ 4 milhões em leilão da ExpoZebu As qualidades do animal serão transferidas para futuras gerações. Isso é o resultado do melhoramento genético, que na ponta da cadeia produtiva entregará ao pecuarista um lucro maior. Entenda como ocorre o leilão de 'meia vaca' em feiras pecuárias como a ExpoZebu em Uberaba LEIA TAMBÉM: MAIS AGRO: Vaca avaliada em R$ 21 milhões e que entrou no Guinness Book como a fêmea mais cara do mundo já foi leiloada 'pela metade' em 2022 EXPOZEBU: Veja como foi a abertura do evento NEGÓCIOS: Casas Bahia: o que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos da companhia 📲 Siga as redes sociais do g1 Triângulo: Instagram, Facebook e Twitter 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Triângulo VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

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Aplicativo do McDonald's apresenta instabilidade e clientes reclamam nas redes sociais


Usuários relatam falhas no serviço do aplicativo de delivery. Empresa afirma que houve uma falha sistêmica e que os estornos serão realizados. Unidade do Mc Donald's na Avenida Dom Pedro I, em Ribeirão Preto (SP) Divulgação O aplicativo de delivery do McDonald's apresenta instabilidade desde domingo, segundo relatos de usuários nas redes sociais. Os problemas são de entrega e estorno de compras. (veja relatos abaixo) Procurado pelo g1, a companhia esclarece que houve uma falha sistêmica e que os estornos serão realizados. "A rede informa que o SAC segue à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas dos consumidores." Veja os relatos abaixo. Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Um smartphone sem apps

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Tarcísio anuncia investimento de R$ 1,4 bilhão para o agronegócio


Governador de São Paulo fez anúncio durante abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto, nesta segunda-feira (29). Ele também falou sobre invasão de terras. Agrishow começa com expectativa de receber 200 mil pessoas O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta segunda-feira (29) que o estado investirá R$ 1,4 bilhão em recursos voltados ao agronegócio durante 2024. O anúncio ocorreu durante a abertura da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP). Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Segundo Tarcísio, a maior parte da quantia será destinada a fundos de investimentos, com o objetivo de melhorar condições de armazenamento e irrigação, além da liberação de recursos do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "São R$ 300 milhões para o Feap [Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista], sendo R$ 100 milhões para seguro rural. Nunca tivemos um valor tão grande destinado ao seguro rural. Estamos liberando R$ 500 milhões via Desenvolve SP para o Fiagro [Fundo de Investimento do Agronegócio]. [...] Essencialmente para atacar coisas em que ainda somos fracos, armazenamento, irrigação." "Liberação de recursos do ICMS para produtores rurais. São R$ 600 milhões em crédito acumulados que estão sendo liberados agora. Vamos estar liberando três vezes mais do que o estado liberava, em média." 📸 Veja fotos da Agrishow 2024: Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP LEIA TAMBÉM Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025 Após crítica de Pacheco a Haddad, Alckmin diz que responsabilidade fiscal é dever de todos e defende 'diálogo permanente' Um ano após impasse, Fávaro ameniza 'desconvite' da Agrishow: 'Não teve nada de pessoal' Como chegar à Agrishow? Vídeo mostra rotas de acesso à feira em Ribeirão Preto Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto Rechaçou invasões de terras Ainda durante o discurso, Tarcísio destacou que não irá permitir invasão de terras no estado. O debate sobre o tema ocorre em meio ao "abril vermelho". Tarcísio de Freitas na Agrishow 2024 Rodolfo Tiengo/g1 Segundo o MST, 20 mil famílias estão mobilizadas em prol de ações ligadas à Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, conhecida como "Abril Vermelho". "Aqui em São Paulo, garanto para vocês, não haverá invasão de terra. Invasão de terra será rechaçada. A gente não vai tolerar. [...] Um passo importante que estamos dando na segurança jurídica é a regularização fundiária", afirmou. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

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Governo destina recursos de pesquisa para segurar alta na conta de luz, e projeta R$ 50 milhões para o Amapá


Distribuidora que atua no estado do Norte do país deve aumentar tarifas em 34%. Com recursos, Executivo busca diminuir impacto nas contas dos amapaenses. Talão de conta de luz Copel Guilherme Pupo O Ministério de Minas e Energia publicou nesta segunda-feira (29) uma portaria que destina investimentos obrigatórios em pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética das distribuidoras para a redução dos reajustes na conta de luz. Embora a medida valha para todos as distribuidoras, o governo mira especificamente no reajuste tarifário da Equatorial no Amapá – que aumentaria a tarifa em 34%, levando o estado ao topo da lista de tarifas mais caras do país. O aumento se tornou um problema político para o governo Lula. O Executivo estima serão necessários cerca de R$ 200 milhões para reduzir a tarifa do Amapá. Com a portaria desta segunda-feira (29), cerca de R$ 50 milhões serão transferidos para abater do reajuste. O texto publicado pelo Ministério de Minas e Energia disciplina uma das três fontes de recursos previstas na medida provisória, que promete redução de 3,5% nas tarifas de energia em 2024. São: investimentos obrigatórios em pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética por parte das distribuidoras; fundo regional do Norte, previsto no processo de privatização da Eletrobras; antecipação de cerca de R$ 26 bilhões da Eletrobras; Para chegar aos R$ 200 milhões estimados, o governo pretende abater R$ 110 milhões serão com a antecipação dos recursos da Eletrobras e subsequente pagamento dos empréstimos da distribuidora local – as chamadas "conta Covid" e "conta escassez hídrica". O restante, aproximadamente R$ 40 milhões, virá do fundo regional do Norte. O fundo é composto por depósitos anuais e R$ 295 milhões pela companhia, no período de 10 anos. Reajuste adiado Depois de adiar a decisão por três meses, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, no final de março, implementar reajuste de 0% para o Amapá em 2024. Na prática, as consequências para o consumidor não mudaram muito: permaneceram as tarifas já estavam sendo cobradas. A diferença é de regulação. Agora, o reajuste tarifário que vinha sendo adiado foi votado e será implementado. Junto com ele, também serão implementadas obrigações suspensas pela falta de definição. Contudo, a decisão gerou um passivo --ou seja, um acúmulo de despesas da distribuidora, uma vez que suas receitas (definidas pelo reajuste tarifário) não são mais equivalentes às despesas. Esse passivo terá que ser endereçado no próximo reajuste. A próxima data é 13 de dezembro de 2024, no aniversário do contrato de concessão da distribuidora.

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Bilionários da Forbes: Elon Musk ganha US$ 14,5 bilhões em um dia e volta a ultrapassar Jeff Bezos


Ações da Tesla subiram 15% nesta segunda-feira, com derrubada de obstáculos regulatórios na China. Jeff Bezos e Elon Musk Reuters O fundador da Tesla, Elon Musk, voltou ao segundo lugar da lista de bilionários da revista Forbes. Ele ultrapassa o fundador da Amazon, Jeff Bezos. As ações da Tesla subiram 15% nesta segunda-feira (29), depois que a fabricante de veículos elétricos superou alguns obstáculos regulatórios importantes que há muito tempo impediam a implantação de seu software de direção autônoma na China, seu segundo maior mercado. (saiba mais abaixo) Com o resultado, Musk acumula ganhos de US$ 14,5 bilhões em apenas um dia, e volta ao patamar dos US$ 205,6 bilhões em patrimônio. Bezos tem US$ 198,9 bilhões. O líder do ranking continua a ser o francês Bernard Arnault, dono da rede de luxo LVMH, com patrimônio de US$ 210,1 bilhões. Veja abaixo o top 5 em tempo real: Bernard Arnault: US$ 210,1 bilhões Elon Musk: US$ 205,6 bilhões Jeff Bezos: US$ 198,9 bilhões Mark Zuckerberg: US$ 152 bilhões Larry Ellison: US$ 146,2 bilhões A liderança de Arnault já foi mais folgada. Na lista anual de bilionários, com corte em março deste ano, o francês dispunha de US$ 233 bilhões em patrimônio, enquanto o mesmo Musk tinha US$ 195 bilhões. Veja aqui o ranking anual. Tesla em alta O ganho da Tesla nesta segunda tem a ver com as reuniões que Elon Musk fez neste fim de semana na China, para pressionar a aprovação para que a Tesla possa disponibilizar sistemas avançados de assistência ao motorista. Trata-se de um passo que pode aumentar as receitas da montadora em um momento em que a empresa está sob pressão de rivais chineses. Musk chegou à capital chinesa no domingo. Suas reuniões incluíram um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que elogiou o desenvolvimento da Tesla na China como um exemplo bem-sucedido de cooperação econômica e comercial entre os Estados Unidos e a China. Desde 2021, os órgãos reguladores chineses exigiram que a Tesla armazenasse todos os dados coletados por sua frota chinesa em Xangai, o que impediu a empresa de transferir qualquer dado para os EUA. Segundo a agência Reuters, a Tesla encaminha um acordo com a Baidu para usar a licença de mapeamento da gigante chinesa da tecnologia para a coleta de dados nas vias públicas da China, o que eles descreveram como um passo fundamental para a introdução dos sistemas FSD (Full Self-Driving) no país. A segurança e a conformidade dos dados estão entre as razões pelas quais a fabricante de veículos elétricos, que lançou a versão mais autônoma de seu software Autopilot há quatro anos, ainda não disponibilizou os sistemas FSD totalmente na China, seu segundo maior mercado global, apesar da demanda dos clientes. A montadora norte-americana ganhou um importante endosso que coincidiu com sua viagem: uma importante associação automobilística chinesa disse que os carros Model 3 e Y da Tesla estão entre os modelos considerados compatíveis com os requisitos de segurança de dados da China. Assim, os modelos fabricados na China pela Tesla foram oficialmente incluídos na lista de veículos que cumprem os requisitos nacionais de segurança de dados. Clube dos 90+: veja quem são os bilionários mais velhos do mundo

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Ações da Casas Bahia disparam quase 35% após companhia pedir recuperação extrajudicial


Papéis subiram 34,19% na sessão desta segunda-feira e empresa ganhou R$ 176 milhões em valor de mercado. Grupo anunciou plano de recuperação no último domingo, com uma dívida estimada em R$ 4,1 bilhões. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento. Casas Bahia Divulgação/Casas Bahia As ações do Grupo Casas Bahia dispararam quase 35% nesta segunda-feira (29). O movimento veio após a empresa entrar com um pedido de recuperação extrajudicial para reestruturar dívidas estimadas em R$ 4,1 bilhões, no último domingo (28). Os papéis da companhia encerraram a sessão do dia com uma alta de 34,19%, cotados em R$ 7,30. Com o aumento, a empresa ganhou R$ 176 milhões em valor de mercado, para R$ 692 milhões. A medida foi avaliada como positiva pelos analistas de mercado. "Enxergamos o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais", afirmou a XP Investimentos em relatório. Com o pedido, a empresa pretende reorganizar o perfil de parte de seus débitos financeiros, que têm como principais credores o Bradesco e Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. O anúncio veio mais de oito meses após a empresa anunciar o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários. A principal mudança foi uma renegociação de taxas e um alongamento de títulos de dívidas da empresa (debêntures) e de promessas de pagamento em favor das instituições financeiras (as Cédulas de Crédito Bancário ou CCBs). (saiba mais abaixo) O que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos do Grupo Casas Bahia O processo é diferente de uma recuperação judicial, em que a companhia em crise financeira recorre à Justiça para entrar em um acordo com todos os seus credores. Na recuperação extrajudicial, a renegociação é feita diretamente com os principais credores para, depois, ser homologada pelo judiciário. "A recuperação extrajudicial é um instrumento em que a empresa começa a ter dificuldades em relação a um número restrito de credores, com o pagamento de só algumas dívidas. E aí, ela usa a recuperação extrajudicial, geralmente, quando há uma concentração no valor dessa dívida", destaca Nelson Bandeira, advogado especialista em finanças corporativas da Magma. No caso da Casas Bahia, as dívidas a serem renegociadas são apenas financeiras e, segundo a companhia, não devem impactar clientes, fornecedores, vendedores e colaboradores. Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa mudou de nome de novo? Veja nesta reportagem: O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia Próximos passos Plano de Transformação da Casas Bahia O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial A recuperação extrajudicial é um mecanismo legal que permite à empresa em crise financeira renegociar uma parte específica de suas dívidas, em um primeiro momento, apenas com seus credores mais estratégicos, explica Bandeira, da Magma. No caso da Casas Bahia, a companhia optou por renegociar títulos de dívidas financeiras que tinha com o Bradesco e o Banco do Brasil. Bandeira explica que a empresa que pede recuperação extrajudicial pode negociar em sigilo com esses credores mais estratégicos, até chegar a uma condição que seja benéfica para ambas as partes, e só depois tornar o processo conhecido. Isso porque, para o andamento de um processo desse tipo, o principal requisito é que os credores donos de, pelo menos, 51% dos créditos devidos pela empresa aceitem a proposta. Na recuperação judicial, para um plano ser aprovado, também é necessário que mais da metade de todos os credores, independentemente do valor dos créditos, aceitem. Por fim, para pedir a recuperação extrajudicial, a empresa: precisa estar em crise financeira comprovada; não ter nenhum sócio, controlador ou administrado condenado por práticas corporativas ilegais; não pode ter falido anteriormente, nem ter passado por recuperação judicial por, pelo menos, cinco anos. Número de empresas em recuperação judicial sobe no país O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia O Grupo Casas Bahia anunciou, na noite deste domingo, que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para o reperfilamento de dívidas financeiras, estimadas em R$ 4,1 bilhões. Os principais aspectos do plano são um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos), e uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano. Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal. Antes a dívida da empresa deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações. Próximos passos Depois que a companhia chega a um acordo de recuperação extrajudicial com seus principais credores, o próximo passo é homologar o documento na Justiça, para que as condições estabelecidas na renegociação sejam aplicadas para os demais credores de dívidas da mesma natureza. No caso da Casas Bahia, considerando que a companhia está pedindo a recuperação apenas para alguns títulos de debêntures e CCBs, esses credores são investidores. Nelson Bandeira, da Magma, ressalta que investidores pessoa física que tenham adquirido alguma debênture da empresa que esteja no plano de recuperação extrajudicial também serão impactados pelo que foi definido no acordo com os principais credores. No caso, houve mudança de taxas de juros prometidas e de prazo de pagamento. É possível que algum credor minoritário recorra na Justiça contra esse acordo, em um prazo de até 10 dias após a homologação. No entanto, o advogado afirma que, se o juiz entender que o plano está dentro das regras legais e beneficia a continuidade da atividade econômica da empresa, dificilmente terá uma posição contrária à continuidade da recuperação. Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, comenta que o mercado enxerga com bons olhos o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, porque mostra que a empresa está comprometida em reestruturar suas operações e manter uma maior sustentabilidade financeira. "(O processo de recuperação extrajudicial) é menos custoso do que uma recuperação judicial e também limita o escopo às dívidas financeiras, não impactando outros pontos que uma eventual recuperação judicial poderia afetar", diz Daltozo. "Um dos destaques aqui é o reperfilamento de dívidas que venciam esse ano e no próximo. Ele traz um alívio para o caixa nesses próximos meses e, principalmente, veio com o custo menor o custo que tinha antes", prossegue. Plano de Transformação da Casas Bahia O plano de recuperação extrajudicial vem em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários. Com essa transformação, a empresa calculava uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa — principalmente os itens de menor preço — para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia. Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade". Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital "melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores". "Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação", diz o comunicado da companhia. Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado". *Com reportagem de Bruna Miato

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Elon Musk: por que bilionário da Tesla precisa da China


A China já desempenhou no passado um papel fundamental no sucesso da Tesla — e pode ser a chave para os problemas atuais da montadora. Elon Musk REUTERS/Tingshu Wang/File Photo O bilionário Elon Musk está visitando a China esta semana para negociar com as autoridades do país a liberação do modo de autopiloto dos carros da Tesla nas ruas e estradas do país — segundo relatos da imprensa americana. Musk quer que autoridades chinesas permitam o uso do Full Self Driving (FSD) — como é conhecido o modo piloto automático dos carros Tesla. Com o FSD, robôs conseguem manobrar os carros na hora de estacionar os veículos, além de mudar os carros de pista durante as viagens. O FSD está disponível apenas em alguns países — como os EUA — mas apenas parcialmente na China. Além disso, a imprensa também tem noticiado que Musk quer usar os dados coletados pela Tesla no país para treinar seus algoritmos no exterior. A China é o segundo maior mercado da Tesla, mas a empresa americana vem sofrendo cada vez mais competição internacional justamente de empresas chinesas. Outros fabricantes de automóveis, como a Xpeng – com sede em Guangzhou – têm tentado competir com a Tesla, implementando funções de direção autônoma semelhantes nos seus carros. O mercado consumidor doméstico da China também está em forte expansão. Comprar um carro elétrico pode ser mais barato do que comprar um carro a gasolina no país — graças em parte a incentivos dados pelo governo da China. Nos últimos anos, a China se tornou um mercado fundamental para as operações da Tesla — e as relações de Musk com as autoridades chinesas foram cruciais para ajudar a empresa a enfrentar momentos financeiros difíceis. Ao mesmo tempo, o país também está gerando desafios para a multinacional americana. Os desafios da Tesla Há alguns anos, Elon Musk desdenhava dos carros elétricos produzidos na China. Em 2011, uma jornalista citou a BYD — empresa chinesa que estava produzindo carros elétricos mais baratos do que a Tesla — em uma entrevista com o bilionário, e ele a interrompeu com risos. "Você já viu os carros deles?", perguntou Musk. "Eu não acho que eles tenham um ótimo produto. Eu acho que o foco deles é — e como deve ser mesmo — garantir que eles não morram na China." Mas ao longo dos anos, sua opinião mudou. Nos últimos três meses de 2023, a empresa chinesa BYD ultrapassou a Tesla em número de veículos elétricos vendidos. No domingo (28/4), já em viagem à China, Musk disse os fabricantes de automóveis chineses como "as empresas automóveis mais competitivas do mundo". Hoje a tecnologia FSD é a grande aposta da Tesla — e a China tornou-se um dos principais mercados onde a empresa tenta derrotar seus competidores. O FSD foi lançado em 2020 — no entanto as autoridades reguladoras estão analisando de perto a nova tecnologia da Tesla. Na semana passada, as autoridades americanas iniciaram uma investigação sobre um recall feito pela Tesla em dezembro de 2 milhões de veículos. A agência reguladora Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês) disse que houve pelo menos 13 acidentes com carros Tesla e com uma morte e alguns ferimentos graves, em que o autopiloto pode estar envolvido. A NHTSA quer saber se o recall de dezembro abordou com sucesso as questões de segurança relacionadas ao sistema de assistência ao motorista da Tesla. A NHTSA disse que, apesar dos requisitos para que os motoristas mantenham o foco na estrada e estejam preparados para assumir o controle a qualquer momento quando a direção autônoma for habilitada, os motoristas envolvidos nos acidentes "não estavam suficientemente engajados". A análise da NHTSA foi conduzida antes do recall da Tesla, em que a empresa prometeu que resolveria o problema. O software da Tesla deve garantir que os motoristas estejam prestando atenção e que o recurso seja usado apenas em condições apropriadas, como em rodovias, e não em ruas. Há anos, Musk vem prometendo que os Teslas serão capazes de atuar como "robotáxis autônomos". Em 2015, ele disse que os Teslas alcançariam "autonomia total" até 2018. E em 2019, ele disse que a empresa teria robotáxis operando no ano seguinte. Este mês, Musk disse que lançaria o robotáxi da empresa em agosto. Os críticos acusam Musk de exaltar consistentemente as perspectivas de condução totalmente autônoma apenas como forma de sustentar o preço das ações da empresa, que vem caindo por causa de diversos desafios: desde a queda na demanda por veículos elétricos em todo o mundo à concorrência de fabricantes chineses mais baratos. Musk nega as acusações. Como resposta, a Tesla tem cortado os preços dos seus carros na China e em outros mercados para aumentar a procura. O preço da tecnologia FSD caiu de US$ 15 mil (mais de R$ 75 mil) no ano passado para US$ 8 mil (mais de R$ 40 mil) este mês. A Tesla relatou recentemente uma queda de 13% nas vendas automotivas, para US$ 17,3 bilhões nos primeiros três meses deste ano. As vendas globais da Tesla caíram 9%, enquanto os seus lucros caíram drasticamente para US$ 1,13 bilhões, em comparação com US$ 2,51 bilhões no mesmo período do ano passado. Até agora, em 2024, o preço das suas ações despencou 32%. Veja quem são os bilionários que mais enriqueceram em 2023 Como a China pode ajudar Musk? A Tesla oferece o FSD por assinatura na China há quatro anos, mas apenas parte dos recursos estão disponíveis no país, o que limita o sistema a operações simples, como mudança automatizada de faixa. Entre os obstáculos está a falta de autorização na China para que a Tesla utilize os dados que são coletados pelo seu sistema para treinar algoritmos de direção autônoma. Musk tenta obter aprovação oficial para transferir dados coletados no país para o exterior. Durante uma reunião no fim de semana com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, Musk foi citado pela mídia estatal dizendo que a Tesla estava disposta a cooperar profundamente com a China para "alcançar resultados vantajosos para todos". Em resposta, Li disse a Musk que o mercado chinês "estaria sempre aberto a empresas com financiamento estrangeiro", de acordo com os relatórios. A Tesla já tomou medidas para tranquilizar as autoridades chinesas sobre a implementação do FSD no país, incluindo o estabelecimento de um centro de dados em Xangai para processar dados sobre os consumidores chineses de acordo com as leis locais. A implementação do FSD na China permitiria à Tesla competir com as empresas locais no maior mercado automobilístico do mundo. A Tesla vendeu mais de 1,7 milhão de carros na China desde que entrou no mercado, há uma década, e sua fábrica em Xangai é a maior do mundo. Segundo a agência de notícias Reuters, a implementação de FSD ilimitado poderia transformar o mercado chinês em um campo de batalha para recursos de assistência ao condutor mais baratos, intensificando uma guerra de preços que a Tesla desencadeou no início do ano passado, que atraiu mais de 40 marcas no país. A China é fundamental na estratégia da Tesla para enfrentar seus problemas financeiros. As entregas de veículos da Tesla no primeiro trimestre caíram pela primeira vez em quase quatro anos. A empresa anunciou demissões de mais de 10% de sua força de trabalho global e reduziu os preços dos veículos nos principais mercados, incluindo EUA, China e Europa. A China já desempenhou papel semelhante no destino da Tesla no passado. Na década passada, o governo chinês adotou um padrão inspirado na lei do Estado da Califórnia para incentivar a venda de veículos sem emissões de gases nocivos ao ambiente. Essa mudança foi feita diante das preocupações ambientais com o alto nível de poluição de cidades chinesas. O sistema californiano e chinês encarece a produção de carros a gasolina e diesel e barateia o custo de produção de carros elétricos, através da criação de créditos negociados em um mercado. A mudança incentivou a Tesla a construir sua fábrica em Xangai, que é hoje a principal exportadora da empresa no mundo. A China também teve papel importante para as vendas da China durante a pandemia de covid, já que a fábrica de Xangai ficou fechada menos tempo do que as operações americanas durante os lockdowns. No entanto, analistas apontam que a China também representa um perigo para as operações futuras da Tesla. A chegada da Tesla na China ajudou a desenvolver uma rede de fabricantes locais de veículos elétricos que hoje em dia ameaçam a hegemonia da multinacional americana — com processos de produção mais baratos e investimento vultuosos em novas tecnologias.

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