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Produtores de MS investem em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa


Com o selo de zona livre de febre aftosa, o setor espera ter uma economia direta de R$ 2,2 bilhões por ano. Produtores de MS investem em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa Reprodução/TV Globo No Centro-oeste do Brasil, produtores de Mato Grosso do Sul estão investindo em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação. Uma boiada vai ser monitorada pela Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul, a IAGRO, da fazenda até o frigorífico. "Se a IAGRO parar a gente, eles vão puxar no tablet deles ou no computador e vai aparecer que a gente fez no aplicativo da IAGRO e o gado já está sendo monitorado", explica o motorista Isaías Soares Lima. Tudo é acompanhado de uma central para garantir que o gado esteja livre de qualquer possibilidade de contaminação. "O animal saiu, foi embarcado em tal momento, em tal lugar, e depois ele foi até o seu destino. Tem todo o roteiro onde ele passou. Se caso ele tiver fora desse roteiro, automaticamente, você tem uma ação que você pode tomar em relação a isso", explica Daniel Ingold, diretor da IAGRO. Se o motorista desviar do trajeto, um sinal é emitido na central de monitoramento e a equipe volante da IAGRO que estiver mais perto do local é acionada para abordar o caminhoneiro na rodovia. Uma média de 300 caminhões são fiscalizados por dia no estado. A atenção é ainda maior nas regiões de fronteira. "Nós ampliamos e intensificamos a fiscalização nas fronteiras com a Bolívia e com o Paraguai, porque são países que ainda não são declarados livres de aftosa sem vacinação", afirma o fiscal Fábio Nantes. Foi investindo em cuidados mais rigorosos que Mato Grosso do Sul e mais 16 estados foram reconhecidos como zona livre da febre aftosa sem vacinação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, um quadro bem diferente do enfrentado em 2005, por exemplo, quando um surto de febre aftosa no estado abalou a economia brasileira. Milhares de animais foram sacrificados, vários países proibiram a importação de carne do Brasil. O setor só se recuperou três anos depois. Agora, com o selo de zona livre de febre aftosa, o setor espera ter uma economia direta de R$ 2,2 bilhões por ano. "Nós temos uma redução de custos com a própria vacina, embora não seja o grande fator. O grande fator justamente é o deslocamento do rebanho para aplicação dessa vacina", ressalta Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro. "Economiza tempo, economiza trabalho, economiza dinheiro. É um trabalho que ocupa aí 30 dias às vezes e está toda a equipe só fazendo uma vacina", festeja o produtor rural Hélio Lima. País da pecuária bovina O Brasil é o principal exportador de carne bovina do mundo. A projeção para 2024 é que o país embarque 2,85 milhões de toneladas de proteína. A meta do Ministério da Agricultura é tornar todo o país livre de febre aftosa sem vacinação até 2026 e, com isso, conquistar novos mercados. “Aumenta a vitrine, a gente tem o nosso produto credenciado, devidamente rastreado, devidamente certificado. Os mercados sabem dessa importância, então nós vamos ficar com diálogo, com um relacionamento, com o comércio mais perto da gente com os melhores mercados”, fala o superintendente do ministério em Mato Grosso do Sul, José Antônio Roldão. Na fazenda do Hélio Lima, em Campo Grande, a última vacinação contra a febre aftosa foi há 10 meses e não deve se repetir. “Isso foi muito importante porque economiza tempo, economiza trabalho, economiza dinheiro. É um trabalho que ocupa até 30 dias com toda a equipe só fazendo uma vacina”, conta. LEIA TAMBÉM: Vacinação contra febre aftosa acaba este mês e não será prorrogada no AM, alerta Adaf Proposta de reforma tributária prevê sorteios em dinheiro para quem pedir nota fiscal Número de brasileiros com problemas de pressão alta foi recorde em 2023, aponta levantamento

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Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente


Projeto foi criado pela Embrapa Instrumentação em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Primeiro, foi feito em escala de laboratório e, agora, o objetivo é aumentar a quantidade e encontrar empresas interessadas. Pesquisadores da Embrapa e da UFSCar desenvolvem filme bioplástico com casca de banana Ela é a fruta mais produzida no mundo, cultivada em 125 países, e a preferida entre os brasileiros. "Eu gosto muito da fruta, mas a casca da banana vai pro lixo. Do lixo direto para os laboratórios. Pesquisadores da Embrapa Instrumentação e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram através da casca da banana um filme bioplástico que pode ser utilizado como embalagem primária, aquelas que ficam em contato direto com os alimentos. Além de não agredir o meio ambiente, ela ainda protege o produto embalado. "As cascas têm propriedades antioxidantes. Os filmes e propriedades de bloqueio parcial de luz ultravioleta, reduzindo as taxas de oxidação dos alimentos", diz Henriette Azeredo, pesquisadora da Embrapa. Processo de transformação Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente Reprodução/TV Globo O processo começa com a desidratação das cascas. Depois de trituradas, elas são diluídas. Em um equipamento, a mistura passa por um tratamento que usa água como reagente, um processo muito mais limpo e ecologicamente adequado. "O tratamento hidrotérmico é pioneiro para a produção de filmes bioplásticos a partir de resíduos, e o objetivo dele é desestruturar. Nesse caso, a casca de banana, liberando alguns compostos de interesse que tem dentro dessa estrutura, de modo que, quando a gente vai produzir o filme, eles se reorganizem, possibilitando a formação de um filme coeso, um filme íntegro", diz Rodrigo Duarte Silva, pesquisador da Embrapa. Na sequência, a biomassa é espalhada em lâminas e levadas para as estufas. Cerca de 24 horas depois, o biofilme já esta pronto pra ser usado. "Quando esse material vai para a natureza, ele não é tão persistente como os plásticos convencionais, então ele vai se biodegradar e ser reassimilado ao ciclo biológico, muito mais rapidamente", explica Caio Gomide Otoni, pesquisador da UFSCar. A pesquisa foi publicada pela revista científica americana Journal of Cleaner Production no início do ano. "O processo foi feito em escala de laboratório. O próximo passo seria aumentar a escala e fazer uma escala piloto, até surgirem empresas interessadas para tentar isso em escala maior", finaliza Henriette Azeredo.

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Mega-Sena: veja resultado do concurso 2.718


Prêmio é de R$ 3.414.791,50. Mega-Sena resultado 2718 Reprodução A Caixa Econômica Federal realizou neste sábado (27) o sorteio do concurso 2.718 da Mega-Sena, com prêmio de R$ 3.414.791,50. Veja os números sorteados: 41 - 34 - 59 - 46 - 30 - 06 Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5. A Mega soma três sorteios semanais: às terças, quintas e aos sábados. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.

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Gestão remota e precisão: como novas tecnologias contribuem para manejo hídrico no campo


Soluções de irrigação inteligente prometem diminuir consumo de água em até 50%. Inovações poderão ser conferidas na 29ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto. Tecnologias de irrigação ajudam a enfrentar desafios hídricos no campo Saulo Coelho Nunes/ Embrapa A agricultura é a atividade econômica que mais consome água no planeta, segundo o Fundo de Nações Unidas para a Agricultura e Alimentos (FAO), e quem lida diretamente com a tarefa vital de produzir alimentos enfrenta cada vez mais desafios para manter a produção crescente e a viabilidade financeira em meio às mudanças climáticas. Com um olhar atento para o manejo, diferentes empresas têm apresentado aos produtores rurais novas soluções em irrigação, de gestão remota a técnicas de controle de volume, que ajudam a otimizar recursos hídricos, com avanços que podem trazer respostas positivas tanto para o meio ambiente quanto para os custos na lavoura. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Parte dessas inovações poderão ser conferidas de perto durante a Agrishow, principal feira de tecnologia agrícola da América Latina, que acontece de 29 de abril a 3 de maio em Ribeirão Preto (SP). “No quesito gerenciamento e manejo da água de irrigação, o Brasil é referência e exportador de tecnologia. A tecnologia brasileira tem sido adotada a largos passos na produção irrigada dos Estados Unidos, Europa. Apesar disso, ainda há muito espaço para avanço na adoção das tecnologias de gerenciamento sustentável da irrigação, sobretudo dentre os pequenos produtores", afirma Vinicius Bof Bufon, pesquisador da Embrapa. Sistema de irrigação da empresa Lindsay Divulgação/ Lindsay Pivôs de irrigação Experiente agricultor que gerencia pouco mais de 3 mil hectares de feijão, milho e soja em uma fazenda no interior do Mato Grosso, Valter Peruzi conta atualmente com 15 pivôs de irrigação, todos capacitados para permitir controle à distância e obter relatórios de atividade. "Temos todas as informações na palma da mão, em qualquer lugar conseguimos saber como o pivô está operando”, diz. Usado em culturas como milho, soja, trigo, algodão, além de pastagens, o pivô de irrigação atende a grandes áreas de forma eficiente. Consiste em uma estrutura de regadores em formato de "U" ou "L" montada sobre rodas que se movem em torno de uma torre de suporte. Segundo o produtor, esses equipamentos ajudam, por exemplo, a elevar em até 50% a produção de soja, além de garantir mais previsibilidade para o cultivo. "As vantagens da irrigação com pivô são muitas. Se uma variedade de soja tem potencial de produzir 80 sacas por hectare, com o pivô o resultado chega a próximo disso. Já sem a irrigação essa média cai para 40 ou 50 sacas por hectare. Outra vantagem é que, independentemente se chover ou não, conseguimos seguir o calendário de plantio e isso faz muita diferença. É uma segurança. Se plantamos temos a certeza que vamos colher." É uma variação desse sistema que a Lindsay América Latina deve lançar na Agrishow: o pivô Corner, que permite ampliar a área produtiva irrigada em até 25%, adaptando-se a áreas desiguais, como bordas de matas e estradas. “Ele consegue se modelar e se adaptar às áreas por sua angulação trazendo ganho de 25% da área irrigada com pouco investimento. Estamos falando da máxima tecnologia, de forma otimizada e alta produtividade, próximo ao teto de tudo", diz Peruzzi, um dos primeiros produtores a utilizar o equipamento. Além disso, a empresa vai lançar um sistema com inteligência artificial que oferece análises detalhadas em tempo real para gerenciamento eficiente da água na irrigação, permitindo ajustes remotos para maximizar os rendimentos. Equipamento automatiza leitura de sensores de solo para otimizar irrigação Divulgação Sensores de solo Em 2023, o Brasil produziu 37,9 milhões de sacas de café arábica, quase 40% da produção mundial dessa variedade. Em Minas Gerais e São Paulo, a Fundação Procafé observou uma elevação de 29% no volume produzido e um dos motivos é associado ao avanço das tecnologias usadas na irrigação. Uma delas é o sensor de solo, também chamado de tensiômetro, que levou a uma redução de 56% no volume de água utilizado na irrigação de cafezais de Pedregulho (SP) sem prejudicar as plantações, segundo um estudo da fundação. A tecnologia, além de monitorar o nível de irrigação retida no solo em tempo real, associa essa informação com o acompanhamento de dados de chuva e umidade relativa do ar. “Os resultados mostraram uma economia expressiva de água em todos os setores analisados. Em média, a irrigação baseada nos sensores demandou 9,2 litros por hora por hectare, enquanto a calculada sem esses sensores foi de 16,4 litros por hora por hectare”, conta o especialista agronômico Rafael Pereira Gonzaga. A economia de água correspondeu a 972 metros cúbicos por hectare indicando que, mesmo com recursos hídricos limitados, um manejo adequado pode otimizar a água na cafeicultura e irrigar mais hectares. Em empresas como a Netafim, presentes na Agrishow deste ano, esse sistema promete níveis de economia de água acima dos 50% em comparação com áreas sem o equipamento. LEIA TAMBÉM Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto Impulsionadas pelo agro, cooperativas de crédito ganham espaço e prometem ampliar recursos a produtores Irrigação controlada A irrigação não demanda necessariamente cobrir a maior parte das áreas. É o que explica Vinícius Bufon. Um estudo realizado em Ribeirão Preto propôs duas abordagens mais sustentáveis para uma usina de cana-de-açúcar com a irrigação de salvamento e a irrigação deficitária. A irrigação de salvamento é aplicada para garantir a sobrevivência da plantação em condições de seca severa e falta de recursos hídricos, com atendimento de água em 32% da área. Na irrigação deficitária, destinada a otimizar os recursos disponíveis e buscar benefícios específicos, esse número aumentaria para 45%. Os dois cenários demonstraram aumentos na eficiência do uso da terra e redução nos custos de produção de cana. Bufon destaca que tanto no primeiro quanto no segundo caso haveria economias significativas no consumo de calcário, gesso, fósforo, nitrogênio, potássio, diesel, etanol e gasolina. “Investir na irrigação da menor fração das áreas é mais vantajoso do que expandir horizontalmente, economizando recursos e reduzindo custos. A expansão horizontal exigiria a aquisição de mais terra, resultando em custos adicionais de formação de canaviais e uma série de outras desvantagens”, afirma o pesquisador da Embrapa. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

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Produtores de laranja usam 'protetor solar' nas plantas para evitar prejuízos com calor excessivo no interior de SP


Safra em Aguaí (SP) deve ser impactada porque frutos estão sendo queimados no pé pela alta insolação. Produção de laranja de Aguaí é prejudicada por causa do excesso de calor e de chuva Produtores de laranja do interior de São Paulo estão usando "protetor solar" nas laranjeiras para tentar diminuir os prejuízos causados pelo excesso de sol. O calor é um dos fatores que tem prejudicado as últimas safras de laranja. O excesso de sol tem causado queimaduras nos frutos. É como se o óleo essencial presente na casca fritasse a parte externa do fruto. 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp Excesso de insolação e altas temperaturas têm queimado laranjas no interior de São Paulo e afetado a safra da fruta Rodrigo Sargaço/EPTV "A fruta exposta ao sol da tarde recebe maior insolação, danifica e acaba queimando, necrosando. A tendência dessa fruta é cair e, se não cair, ela vai ficar seca por dentro no local onde ela recebeu maior temperatura", explica o citricultor Antônio Carlos Simonetti. Pra diminuir o impacto do sol nas frutas, ele tem aplicado um "protetor solar" nas laranjeiras da sua propriedade em Aguaí (SP). O produto é pulverizado sobre as plantas e cria uma camada protetora que bloqueia os efeitos dos raios solares e diminui a temperatura em até 5ºC. Na fazenda, que tem 300 mil pés de laranja plantados, o custo desse cuidado chega a R$ 1 por pé. Mesmo com o cuidado, a quebra de safra na propriedade, que costuma produzir 500 mil caixas de 40,8 kg, deve ser de 20%. Laranjas estão sendo "queimadas" no pé pelo sol excessivo Rodrigo Sargaço/EPTV LEIA MAIS: Calor e greening impactam safra da laranja e preço da fruta alcança maior patamar em 30 anos em São Paulo, aponta estudo da USP Fruta queridinha do Brasil, laranja era usada para prevenir doença em marinheiros Chuvas registradas desde fevereiro são benéficas para safra de laranja, aponta estudo da Esalq-USP El Niño De acordo com os meteorologistas o excesso de calor é provocado pelo El Niño que desde outubro de 2023 já causou três ondas de calor. Uma delas bem na época da florada das laranjeiras, o que impactou na quantidade e tamanho dos novos frutos. A sensação térmica que em setembro, no inicio da florada, chegou a ultrapassar os 46 ºC. O impacto do calor nas plantas novas é ainda maior. Na propriedade do citricultor Éverton Antônio Pires Costa, que tem 45 mil pés de laranja de 2 anos e meio plantados em 95 hectares, a queda na produção deve superar 70%. Produção de laranja no interior de São Paulo nesta safra deverá ser impactada pelo calor excessivo Rodrigo Sargaço/EPTV As laranjeiras, que nessa idade, deveriam produzir entre 100 a 120 frutos, estão produzindo apenas 15 laranjas. Com os plantas vazias, estão ocorrendo floradas fora de época. “Nós tivemos 15 dias atrás uma florada bem significante, mas não teve pegamento porque teve nas últimas semanas um pico altíssimo de temperatura e na madrugada a temperatura caia muito e quando você tem uma diferença muito grande de temperatura a planta sofre um estresse e joga as flores para o chão", afirmou Costa. De onde vem o que eu como: laranja Ele tentou amenizar os efeitos do calor com o aumento da irrigação, mas a medida não teve muito efeito. "A temperatura era muito alta. Chegou a cozinhar os chumbinhos, que a gente chama o fruto que está do tamanho grão de feijão. Quando tem a sensação acima de 43ºC, não consegue segurar ele no pe´", disse. Frutos de laranja são queimados pelo excesso de insolação Rodrigo Sargaço/EPTV Queda de produção e alta de preço A safra 2023/24 de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro teve uma queda de 2,22% em relação à safra anterior, de acordo com dados divulgados pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), nesta quarta-feira (10), com a produção de 307,22 milhões de caixas. Segundo a instituição, a queda foi provocada pelo clima – com um semestre chuvoso, seguido de um período de seca –, e ao avanço do greening. Preço da laranja foi impactado pela baixa produtividade Reprodução/TV Gazeta A falta de produto no mercado impulsionou o preço. Em fevereiro, o valor da caixa de laranja chegou ao maior patamar dos últimos 30 anos no estado de São Paulo, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A combinação de impactos na safra e alta nos preços fez com o que os estoques de suco de laranja chegassem ao segundo menor nível já registrado, de acordo com a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Veja os vídeos da EPTV Central Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara

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Falta dinheiro em Cuba: país vive escassez de notas em meio à pior crise econômica em décadas


Inflação alta, taxa de câmbio flutuante e retenção das notas de dinheiro por parte de empresários provocam crise, que gera longas filas em caixas eletrônicos em Havana. Governo lançou programa para incentivar operações com cartão. Pessoas esperam em fila de caixa eletrônico em Havana, em Cuba, em meio a crise de falta de notas de dinheiro no país, em 22 de abril de 2024. Ariel Ley/ AP Alejandro Fonseca ficou várias horas na fila do lado de fora de um banco em Havana, em Cuba, na esperança de sacar pesos cubanos em um caixa eletrônico. Quando estava quase na sua vez, no entanto, o dinheiro do caixa acabou. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Ele subiu com raiva em seu triciclo elétrico e viajou vários quilômetros até outra agência, onde finalmente conseguiu sacar algum dinheiro depois de desperdiçar a manhã inteira. “Não deveria ser tão difícil conseguir o dinheiro que você ganha trabalhando”, disse o jovem de 23 anos à Associated Press. Fonseca faz parte de um número crescente de cubanos frustrados que têm de enfrentar mais um obstáculo enquanto navegam no já complicado sistema monetário da ilha: a falta de dinheiro. Em Havana, longas filas começam a se formar desde as primeiras horas do dia em frente a bancos e caixas eletrônicos da capital Havana. Os moradores relatam que não conseguem encontrar notas de dinheiro o suficiente para pagar operações de rotina, como compra de alimentos básicos. Por que falta dinheiro? Vendedor ambulante de sorvetes conta notas de dinheiro em Havana, em Cuba, em 20 de abril de 2024. Ariel Ley/ AP Especialistas dizem que há várias razões por trás da escassez, mas todas estão relacionadas com a profunda crise econômica que Cuba enfrenta, uma das piores em décadas. Omar Everleny Pérez, economista cubano e professor universitário, diz que os principais culpados são: Déficit fiscal crescente do governo; Inexistência de notas superiores 1.000 pesos cubanos, que no mercado paralelo equivalem a cerca de US$ 3 (R$ 15); Inflação elevada; Retenção das notas de dinheiro por parte de empresários. “Há dinheiro, sim, mas não nos bancos”, disse Pérez, acrescentando que a maior parte do dinheiro está na posse não de trabalhadores assalariados, mas de empresários e proprietários de pequenas e médias empresas que têm maior probabilidade de cobrar dinheiro proveniente de transações comerciais, mas estão relutantes em devolver o dinheiro aos bancos. Isto ocorre, segundo Pérez, ou porque esses empresários não confiam nos bancos locais ou simplesmente porque precisam que os pesos cubanos sejam convertidos em moeda estrangeira. A maioria dos empresários e proprietários de pequenos negócios em Cuba têm de importar quase tudo o que vendem ou pagar em moeda estrangeira pelos fornecimentos necessários ao funcionamento dos seus negócios. Como consequência, muitos acabam acumulando pesos cubanos para depois trocá-los por moeda estrangeira no mercado informal. A conversão desses pesos cubanos para outras moedas representa ainda outro desafio, uma vez que existem várias taxas de câmbio altamente flutuantes na ilha. Por exemplo, a taxa oficial utilizada pelas indústrias e agências governamentais é de 24 pesos por dólar americano, enquanto para indivíduos a taxa é de 120 pesos por dólar. No entanto, o dólar pode valer até 350 pesos cubanos no mercado informal. Pérez observa que em 2018, 50% do dinheiro em circulação estava nas mãos da população cubana e a outra metade nos bancos cubanos. Mas em 2022, o último ano para o qual há informação disponível, 70% do dinheiro estava nas carteiras dos particulares. Procurados pela AP, as autoridades monetárias cubanas não comentaram a crise até a publicação desta reportagem. A escassez de dinheiro ocorre num momento em que os cubanos enfrentam um sistema monetário complexo, no qual circulam várias moedas, incluindo uma moeda virtual, a MLC, criada em 2019. 'Sociedade sem dinheiro' foi programa de governo Em 2023, o governo anunciou várias medidas destinadas a promover uma “sociedade sem dinheiro”, tornando obrigatória a utilização de cartões de crédito para pagar algumas transações – incluindo compras de alimentos, combustível e outros bens básicos. Mas muitas empresas simplesmente se recusam a aceitar os cartões. Para piorar, a inflação do país está alta, o que significa que são necessárias cada vez mais contas físicas para comprar produtos. Segundo dados oficiais, a inflação situou-se em 77% em 2021, depois caiu para 31% em 2023. Mas, para o cubano médio, os números oficiais não refletem a realidade das suas vidas, uma vez que a inflação do mercado pode atingir até três dígitos na economia informal. Por exemplo, uma caixa de ovos, vendida por 300 pesos cubanos em 2019, hoje é vendida por cerca de 3.100 pesos. Ao mesmo tempo, o salário mensal dos funcionários públicos cubanos varia entre 5.000 e 7.000 pesos cubanos, entre US$ 14 e 20 dólares (entre R$ 70 e R$ 100). “Viver numa economia que, além de ter várias moedas, tem várias taxas de câmbio e uma inflação de três dígitos é bastante complicado”, disse Pavel Vidal, especialista em Cuba e professor da Universidade Javeriana de Cali, na Colômbia.

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Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto


São esperadas mais de 195 mil pessoas nos cinco dias. Evento acontece de 29 de abril a 3 de maio das 8h às 18h no Parque Tecnológico. Vista aérea da Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Marcelo Moraes/EPTV A 29ª edição da Agrishow em Ribeirão Preto (SP), maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, começa nesta segunda-feira (29). A organização espera receber cerca de 195 mil visitantes e mais de 800 expositores nacionais e internacionais. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Além das áreas de exposição de tecnologia, conectividade, agricultura de precisão, veículos, pneus e diversos outros produtos ligados ao agronegócio o público vai poder participar de palestras, acessar wi-fi gratuito, pontos de hidratação, praça de alimentação e outras comodidades. O g1 lista abaixo uma série de orientações para facilitar a visita do público ao Parque Tecnológico. 📆Quando acontece e onde fica a feira? A Agrishow começa nesta segunda-feira (29) e vai até sexta-feira (3). Neste ano, o evento volta a começar diariamente às 8h e vai até as 18h. A feira acontece no Parque Tecnológico, que fica no quilômetro 321 da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (SP-322), conhecido como Anel Viário Sul, sentido Sertãozinho – Ribeirão Preto. 🎫Como comprar ingressos? A venda dos ingressos é feita pela internet no valor de R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada). A plataforma aceita o pagamento apenas no cartão de crédito. A partir do primeiro dia do evento os ingressos serão vendidos também na bilheteria no valor de R$60 (meia) e R$120 (inteira). O pagamento deve ser feito no dinheiro ou com cartão de débito. 📍Como chegar? O Anel Viário Sul é o único meio de acesso à Agrishow, tanto para quem trafega no sentido Sertãozinho/Ribeirão Preto quanto na direção contrária. Devido número de visitantes veículos, há bolsões de estacionamentos nos dois lados, mas com orientações diferentes, dependendo da origem do motorista. O g1 separou informações importantes para ajudar os visitantes no acesso e saída da feira e reuniu vídeos da organização que ajudam o motorista a se localizar (veja abaixo). Sabe chegar à Agrishow 2024? Vídeo explica rotas 🚗Onde estacionar? Além do ingresso para a feira, será possível adquirir antecipadamente o ticket para o estacionamento pela internet no valor de R$ 60. Dentro do estacionamento, haverá uma área dedicada a caravanas. O objetivo, segundo a organização, é promover praticidade e conforto no desembarque e embarque dos participantes desses grupos. A organização oferece também três estacionamentos alternativos para os visitantes com transfer gratuito, com saída a partir de 7h dos locais e retorno da Agrishow até às 19h. O valor será o mesmo do cobrado no estacionamento do evento. Hotel Mont Blan (Avenida Maurílio Biagi, 1.577 – Ribeirânia) Hotel Wyndham Garden (Avenida Wladimir Meirelles Ferreira, 856 – Jardim Botânico) Arena Nicnet Eurobike (Avenida Costábile Romano, s/n – Santa Cruz do José Jacques) 🚐Como vão funcionar as linhas de ônibus? A RP Mobi, empresa que gerencia o trânsito de Ribeirão Preto, anunciou novas opções de linhas de ônibus para os interessados em participar da feira. Veja o itinerário: Ida: Rua Barão do Amazonas/Praça Carlos Gomes, Rua Duque de Caxias, Avenida Jerônimo Gonçalves, Terminal Urbano Plataforma A Ponto 1, Alameda Botafogo, Avenida Jerônimo Gonçalves, Rua Guatapará, Avenida Caramuru, Avenida Adelmo Perdizza, marginal da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (Anel Viário), até entrada de prestadores de serviço. Volta: entrada de prestadores de serviço da Agrishow, marginal da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (Anel Viário), Rodovia Geovana Aparecida Deliberto, Marginal da Avenida Bandeirantes (sentido centro), Avenida Bandeirantes, Rua Guatapará, Rua José Bonifácio, Rua Américo Brasiliense, Rua Barão do Amazonas, Rua Barão do Amazonas/Praça Carlos Gomes. Público percorre estandes para conferir novidades para o agronegócio brasileiro na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 🎤Palestras e entrevistas Durante os cinco dias de feira, os visitantes vão poder assistir palestras e entrevistas com profissionais da área. O projeto 'AgrishowLabs', uma área dedicada a tecnologia no agronegócio, vai abordar temas como inteligência artificial no agro, sustentabilidade, gestão e energias renováveis. Já o 'Agrishow pra Elas' é um espaço para falar sobre a importância do trabalho feminino no agronegócio com convidadas que vivem o dia a dia na área. 🚕Táxis, carros de aplicativo e carona Para facilitar a mobilidade, a organização destinou aos táxis, carros de aplicativos e de carona um ponto de parada exclusivo para embarque e desembarque de passageiros. O local foi instalado em frente à entrada norte do evento - a principal, que pode ser vista da rodovia - próximo ao estacionamento VIP. Os motoristas devem seguir as placas instaladas nas vias de acesso para deixar ou pegar passageiros. 📶Internet grátis Pela primeira vez, a feira vai oferecer wi-fi gratuito aos visitantes por duas horas. Para isso, será preciso fazer um cadastro pelo aplicativo oficial "Agrishow", disponível para Android e iOS. Passado o período de utilização, será possível pagar tarifas para continuar utilizando a rede do evento. 📡Antenas temporárias Outra novidade é a instalação de oito antenas temporárias por parte de operadoras de telefonia - Vivo, Tim e Claro - para melhorar o sinal nos celulares durante a Agrishow. Máquinas gigantes do campo atraem curiosidade do público Na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 🚩Geolocalização na feira De acordo com a organização são mais de 25 quilômetros de avenidas e ruas que ligam os pavilhões e representações dos expositores. Para facilitar a localização do visitante a feira disponibiliza um aplicativo de celular que traça as rotas mais curtas para quem precisa se deslocar a pé dentro do recinto. Além disso, para este ano, o sistema contará com a função "onde estacionei", que facilitará ao usuário a localização do carro na hora de ir embora. ♿Acessibilidade Visitantes com dificuldades de locomoção ou deficientes devem desembarcar nas entradas principais da feira (Norte ou Sul) e solicitar a um dos funcionários o carrinho elétrico (circular e não exclusivo) nas portarias. O carrinho será utilizado sempre que for preciso deslocamento de um ponto a outro dentro da feira. De acordo com a organização, todos os banheiros da Agrishow estão preparados para atender pessoas com necessidades especiais. 🍴Alimentação e hidratação A área voltada para alimentação corresponde a 12 mil metros quadrados, com ao menos seis restaurantes, além de lanchonetes, mais de 30 food trucks em quatro espaços diferentes e cerca de 20 ambulantes voltados para venda de alimentos. Para dar conta das altas temperaturas que devem variar entre 19° e 26° nos cinco dias de evento, a organização implantou pontos de hidratação espalhados pela feira, que ficarão na frente de todos os banheiros e na praça central. 🧀Pavilhão de Artesanais Criado com o intuito de estimular e valorizar os pequenos produtores, o pavilhão oferece aos visitantes a possibilidade de conhecer e comprar produtos como queijo, mel e charcutaria. A iniciativa é uma parceria da Agrishow com o governo de São Paulo. Agrishow 2023 tem pavilhão com produtos artesanais, como queijo, de diferentes regiões de SP Érico Andrade/g1 🚜Museu do Trator Neste espaço da Agrishow os visitantes podem observar a evolução da tecnologia usada na agricultura e notar a mecanização agrícola durante o tempo. 👍Dicas para visitação O aplicativo da feira disponibiliza uma série de informações, incluindo mapa dos estandes, localização de restaurantes, atrações e lista de expositores. O aplicativo está disponível para sistemas iOS e Android nas lojas virtuais. A organização recomenda aos visitantes o uso de roupas e calçados confortáveis e de preferência fechados, como tênis e botas, mas sem salto, para facilitar o percurso a pé na feira. É importante usar protetor solar, óculos escuros, bonés e chapéus por causa do sol forte que predomina em Ribeirão Preto na época da feira. Público na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP, confere desde lançamentos em máquinas a ferramentas e equipamentos para o dia a dia Érico Andrade/g1 Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região ´Alimentação e hidratação

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Após governo apresentar regulamentação, veja como a reforma tributária deverá impactar o dia a dia

Linhas gerais da reforma foram aprovadas no ano passado, e agora o governo enviou ao Congresso pontos para serem mais detalhados. O governo entregou ao Congresso na quarta-feira (24) um projeto de regulamentação da reforma tributária. Nesse texto, o governo detalha alguns pontos que constam na reforma, aprovada por deputados e senadores no ano passado, mas que ficaram pendentes de regulamentação posterior. Agora, essa nova etapa da reforma precisa tramitar novamente por Câmara e Senado antes de virar lei. Até lá, deve sofrer modificações em relação ao texto original apresentado pelo governo. Com o texto aprovado no ano passado e o projeto apresentado nesta semana, já é possível ter uma ideia mais definida do que a reforma deve representar para o país. É comum as pessoas se perguntarem se ela vai baixar preços, diminuir impostos e facilitar a vida do consumidor e do empresário. Por se tratar de um tema complexo e com muitas variáveis envolvidas, as respostas nem sempre são simples e diretas. Mas o detalhamento divulgado nos últimos dias mostra um cenário cada vez mais completo. Veja abaixo o que muda em relação a hoje e os possíveis efeitos no dia a dia: Unificação de impostos A proposta de emenda à Constituição (PEC) já aprovada no Congresso prevê unificar impostos sobre o consumo em dois: ▶️ A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): terá gestão federal e vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): terá gestão compartilhada entre estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). O que muda: Esses impostos não serão cumulativos, ao contrário do que acontece hoje. Não ser cumulativo significa que, ao longo da cadeia de produção de um item, o imposto vai ser pago apenas uma vez, e não em cada etapa. Hoje, o distribuidor, quando compra do produtor, paga imposto. Depois, o distribuidor vende para o consumidor, que paga imposto em cima do valor já pago na etapa anterior, encarecendo a quantia final. Isso vai acabar. Efeito no dia a dia: De acordo com a equipe econômica do governo, a unificação dos impostos vai simplificar o modelo tributário do Brasil, hoje considerado caótico. Essa simplificação, ainda segundo o governo, junto com a não cumulatividade, tende a baratear custos e eliminar distorções do sistema. O efeito esperado é que as empresas lucrem mais e o consumidor pague menos pelos produtos. Mas ainda não foi definido o valor total dos dois impostos sobre o consumo que vão unificar os demais. O governo calcula que deverá ser algo em torno de 26%, para manter a carga tributária atual. É bom lembrar que haverá uma transição gradual, a partir de 2026 do modelo atual para o modelo com os dois impostos, que só será totalmente implementado em 2033. Os preços vão baixar? Se esses impostos totalizarem mesmo uma alíquota de 26%, significa que alguns produtos que hoje pagam menos imposto que isso passarão a pagar mais. Também haverá o cenário contrário: itens que hoje pagam mais e passarão a uma alíquota menor. Mas ainda não é possível dizer que a reforma vai baratear ou encarecer itens. O governo entende que os efeitos positivos da reforma (simplificação do modelo tributário, fim da cumulatividade, maior transparência nas cobranças) vai dinamizar a economia como um todo e melhorar o poder de compra. Assim, mesmo os produtos que passarão a ser tributados com uma alíquota maior seriam beneficiados com os efeitos da reforma e, em tese, não devem encarecer, ainda segundo o governo. Mas esses efeitos só poderão ser verificados mesmo na prática, quando o novo modelo passar a valer. Regulamentação da reforma tributária chega num momento de cobranças do Congresso Cashback para famílias mais pobres Na regulamentação enviada ao Congresso, o governo detalha um sistema de cashback para famílias mais pobres. Assim, elas teriam devolução de impostos na compra dos produtos. No texto, a equipe econômica recomenda que isso seja feito para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 706, no valor atual). Isso, segundo o governo, abrangeria 73 milhões de pessoas. Os percentuais seriam os seguintes: gás de cozinha: devolução de 100% da CBS (federal) e 20% do IBS (estadual/municipal); luz, água e esgoto: devolução de 50% da CBS e 20% do IBS; os demais produtos: devolução de 20% da CBS e do IBS. Isso também vai ser de implementação gradual, entre 2026 e 2033. Há três possibilidades para operacionalizar esse cashback: desconto nas contas de água, luz, gás encanado, por exemplo, direto nas faturas; crédito posterior para o contribuinte; desconto na boca do caixa, no momento do consumo (se houver possibilidade operacional). Descontos para a cesta básica A regulamentação enviada ao Congresso também prevê descontos nos impostos para itens da cesta básica. O que muda: A regulamentação, no entanto, prevê uma lista menor de produtos na cesta básica em relação às regras atuais. Atualmente há 745 alimentos diferentes beneficiados pela isenção de impostos, segundo relatório do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP) de 2021. No novo formato, segundo o governo, a lista privilegia os alimentos efetivamente consumidos pela população de baixa renda. A proposta exclui textualmente alimentos como foie gras (fígado de ganso, uma iguaria de alto custo), lagostas, lagostim e bacalhau. Profissionais liberais Hoje, impostos pagos sobre o consumo no setor de serviços não chegam a 26%, suposto valor dos futuros IBS e CBS. Mas a regulamentação do governo prevê descontos para profissionais liberais de 18 áreas. Esses 18 tipos de profissionais pagarão 30% a menos de CBS e IBS. Essas categorias são: administradores; advogados; arquitetos e urbanistas; assistentes sociais; bibliotecários; biólogos; contabilistas; economistas; economistas domésticos; profissionais de educação física; engenheiros e agrônomos; estatísticos; médicos veterinários e zootecnistas; museólogos; químicos; profissionais de relações públicas; técnicos industriais; e técnicos agrícolas. Imposto para bebidas alcóolicas e mais produtos nocivos Além da alíquota geral, de cerca de 26% na soma de CBS e IBS, o governo propõe que alguns produtos específicos tenham tributação ainda maior. É o chamado "imposto do pecado", usado para desestimular o consumo de bens que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. A lista incluída pelo governo na regulamentação da reforma tributária prevê imposto mais alto para: cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos poluentes extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. O que ainda vai faltar? Segundo o secretário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, outros dois projetos ainda serão enviados para regulamentar a reforma tributária. Eles vão tratar: das regras de transição para a distribuição desses recursos arrecadados para estados e municípios; das transferências de parte desses impostos para fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados – dois mecanismos negociados pelos governadores para lidar com os impactos da reforma tributária. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa.

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Quatro pontos que explicam a crise na Tesla de Elon Musk


Apesar de ser uma das companhias com melhor valorização na bolsa, os resultados financeiros recentes e outros fatores geram preocupação entre os investidores. Elon Musk em foto de 16 de junho de 2023 REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo A Tesla está hoje longe de ser a queridinha de Wall Street. Já se foi o tempo em que seu valor de mercado ultrapassava US$ 1 trilhão (no fim de 2021) — e tudo indicava que a gigante dos veículos elétricos era imbatível. Naquela época, ela batia recordes de produção e entrega, enquanto o preço de suas ações subia, levando a empresa ao patamar de companhias como Apple e Amazon. Agora, a empresa de Elon Musk, seu fundador e CEO, enfrenta grandes desafios que dificultam avançar num mercado altamente competitivo. As vendas, os lucros, o valor de mercado e a confiança de muitos acionistas na capacidade de inovação e crescimento da companhia a longo prazo caíram. As empresas de veículos elétricos chinesas baixaram seus preços, afetando a demanda por seus automóveis, e as recentes demissões anunciadas por Musk não foram bem recebidas pelo mercado. Alguns dos problemas da empresa começaram em outubro, quando Musk alertou que a demanda estava começando a desacelerar. E quando o seu maior concorrente, a gigante chinesa BYD, ultrapassou brevemente a Tesla como maior vendedor mundial de carros elétricos no último trimestre do ano passado, a situação não parecia nada bem. Os anúncios de corte na produção da Gigafactory da empresa, em Xangai, e os problemas relacionados à produção da picape Cybertruck e dos carros autônomos tampouco ajudaram a melhorar o clima. Uma boa parte dos analistas e investidores afirma que, embora a construção de um veículo totalmente autônomo seja crucial para as perspectivas da Tesla, fabricar um carro elétrico com preço acessível é importante para impulsionar o crescimento hoje. Nesta semana, as notícias não têm sido positivas para a empresa americana, após a publicação de resultados financeiros abaixo das expectativas dos analistas de mercado. Desde a sua criação em 2003, a trajetória da Tesla sempre teve altos e baixos. Muitos se perguntam se esta é mais uma crise que vai passar, como as demais, ou se a gigante automotiva atingiu um ponto de ruptura. A seguir, estão quatro pontos que explicam a crise que a companhia está atravessando. Cybertruck ficou com a janela trincada após impacto de bola de ferro em evento da Tesla em 2019 Divulgação/Tesla 1. Demissões A Tesla anunciou em meados de abril que iria demitir mais de 10% dos seus empregados a nível mundial, como parte de um plano de restruturação que visa reduzir custos e melhorar a posição da empresa. Após anos de rápida expansão, esta restruturação interna — que vai afetar cerca de 15 mil funcionários — gerou preocupação nos mercados, uma vez que se soma a uma redução significativa nas entregas de veículos neste ano. “Não há nada que eu odeie mais, mas tem que ser feito”, disse Musk. Analistas das consultorias Gartner e Hargreaves Lansdown argumentaram que os cortes eram um sinal das pressões de custos, à medida que a fabricante de automóveis investia em novos modelos e inteligência artificial. Há poucos dias, um dos membros da equipe executiva, Andrew “Drew” Baglino, disse em uma postagem no X (antigo Twitter) que havia tomado a “difícil decisão” de deixar a empresa após 18 anos, adicionando mais incerteza às mudanças na companhia. O impacto das mudanças na direção e da estratégia para o futuro da Tesla preocupa os investidores, especialmente no que diz respeito à sucessão na liderança da companhia. Musk comanda a Tesla desde 2008, mas sua atenção tem se dividido entre outros projetos, como a SpaceX e a Neuralink. A saída, em agosto, do então diretor financeiro, Zachary Kirkhorn, outro provável sucessor, também foi interpretada como um sinal de incerteza. O debate tem girado em torno de dois aspectos fundamentais: os desafios que a empresa enfrenta em termos da sua estratégia de crescimento e da sua direção. Veja quem são os bilionários que mais enriqueceram em 2023 2. Lucros Nesta semana, a gigante automotiva divulgou os resultados do seu desempenho durante o primeiro trimestre deste ano. Se já havia preocupação entre alguns investidores, os dados apresentados apenas alimentaram um clima de incerteza quanto aos planos futuros. A Tesla registrou uma queda de 55% nos lucros em relação ao primeiro trimestre do ano passado. E também apresentou uma queda de 9% na receita no mesmo período, o maior declínio ano a ano desde 2012. Outro fator que trabalhou contra a empresa até agora neste ano foi o recall de seu veículo mais recente, a picape Cybertruck. O veículo apresentava um defeito no pedal do acelerador que aumentava o risco de acidentes. 3. Vendas Nos relatórios trimestrais que a Tesla apresenta aos acionistas, a empresa se refere a “entregas”, ou seja, aos veículos que a empresa entrega após ter recebido as encomendas. Desta forma, as entregas de automóveis são o que mais se aproxima do conceito de venda de automóveis, uma vez que as vendas não são definidas com precisão nas comunicações formais da companhia, conforme explica a emissora CNBC. Sendo assim, as entregas de veículos caíram 8,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período no ano passado — a primeira queda desde 2020. Esta queda, dizem os especialistas, pode estar relacionada, além das causas subjacentes, a alguns fatores circunstanciais — como interrupções no transporte marítimo global ou um incêndio na sua fábrica europeia. O cenário é complexo não só pela queda nas vendas, mas também pela redução nos preços dos veículos. Há poucos dias, foi anunciado que a empresa reduziria o preço dos modelos Y, X e S em cerca de US$ 2 mil cada. Apesar de todos os desafios, Elon Musk manteve nesta semana um discurso otimista sobre as perspectivas da empresa. Ele disse aos investidores que antecipará o lançamento de novos modelos a partir do segundo semestre de 2025. Em conversa com os acionistas, Musk deixou claro que também tem ambições maiores, como suas apostas em veículos autônomos e no desenvolvimento da inteligência artificial. A Tesla “deveria ser considerada uma empresa de robótica de inteligência artificial", e não uma fabricante de automóveis, declarou Musk. Mas estas ideias foram questionadas por alguns analistas. O Deutsche Bank afirma, por exemplo, que os veículos sem motorista enfrentam “desafios tecnológicos, regulamentares e operacionais”. Elon Musk, bilionário dono da Tesla e da SpaceX, em imagem de maio de 2021 Michele Tantussi/Reuters 4. Valor de mercado As ações da Tesla já tinham caído ao longo do último ano, refletindo fatores como as elevadas taxas de juros em muitos países, que dificultaram o acesso ao financiamento para a compra de seus carros elétricos. O preço das ações da empresa chegou a cair 40% neste ano, levando a empresa a ter um valor de mercado próximo a US$ 460 bilhões — no fechamento de quarta-feira (24/4). E desde novembro de 2021, quando cada ação da companhia valia mais de US$ 400, caiu para cerca de US$ 162. A queda de 40% nas ações da Tesla neste ano fez a empresa cair algumas posições nos rankings das maiores empresas dos Estados Unidos. A companhia ocupava o sétimo lugar em capitalização de mercado dentro do índice S&P 500 no início deste ano, de acordo com o Dow Jones Market Data, mas agora está na 14ª posição. Dentro de um panorama que parece pouco animador, a Tesla explicou nesta semana que iria apresentar “novos modelos” no próximo ano, sem oferecer mais detalhes. E prometeu acelerar o lançamento de modelos com preços mais acessíveis.

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